Autor: transmutante

  • 100.000

    Uma senhora andava um bocado chateada com as saídas nocturnas do marido que não lhe dava assistência. Um dia resolveu impor-se e explicou: “Cá em casa fode-se às quintas-feiras. Quem está, está, quem não está, paciência.” Queria com isto a senhora dizer que o marido podia sair às quintas-feiras com quem quisesse, na certeza, porém,…

  • não vás ao médico, não…

    Temos agora uma indústria exportadora de sucesso que não consegue nem pagar os salários. Todas as actividades angariadoras de divisas estão a ser pagas pelo contribuinte. Claro que é uma situação provisória. Depois do provisório vem o definitivo. É o sucesso óbvio da economia portuguesa. O estado paga os salários da indústria automóvel. Paga os…

  • liberdade e bandalheira

    Entre a liberdade e a bandalheira a fronteira sempre foi difícil de definir. De tal forma que em cada fã declarado da liberdade sempre se suspeitou um apoiante discreto da bandalheira. Veja-se por exemplo a apologia da liberdade por um ilustre economista, o sr. neves, descrita por um dos seus fãs: “O que mais ressalta…

  • previsão da previsão

    Adivinhar o futuro é algo tão antigo como a humanidade e os primeiros charlatães. Ser charlatão é, de facto, a mais antiga profissão do mundo porque, sabemos de fonte fidedigna, houve certamente um charlatão que não resistiu a prever a primeira puta. Século após século, criaturas criativas e empreendedoras, conhecidas por charlatães, partilharam uma forma…

  • despromoção

    Um grupo de sábios reuniu-se este fim-de-semana com o fim de constituir a Comissão Para a Despromoção da Economia como Ciência, CPDEC. Os sábios reunidos reconhecem o fracasso dos economistas em prever ou explicar a presente crise. Reconhecem a inexistência de estudos publicados e aceites pela comunidade dos economistas que apontassem a presente crise. Reconhecem…

  • hajam muitos assim

    Atribuíram um doutoramento honoris causa ao mourinho. Na Faculdade de Motricidade Humana. Alguns académicos incomodaram-se com isso e disseram-no nos jornais. Era o que faltava, o mourinho não tinha feito nada que justificasse o doutoramento. Assim se fizeram ouvir. A partir do seu anonimato ou vulgaridade. Assim tiveram o seu momento de glória. Não surgiram…

  • inteligência rara

    O magalhães é vendido a 5 contos. Sempre que se disponibiliza um produto a um preço diferente do mercado surgem fenómenos paralelos que tiram proveito da artificialidade do preço. Não é um fenómeno de hoje. É um fenómeno dos livros e da experiência. É um dos argumentos do capitalismo para a não intervenção e é…

  • fluorzinho

    Décadas depois, o flúor começa a sua trajectória descendente. Acaba de se reduzir a quantidade de flúor nas pastas de dentes para crianças, estabelecendo-se um limite legal para essa quantidade. Uma trajectória a juntar a muitas outras, como a da amálgama, uma mistura do venenoso mercúrio com o venenoso chumbo colocada pelos dentistas nos dentes…

  • bost

    O bost é um conceito inovador no panorama dos novos media. É um conceito novo criado pelo chornal e surgiu num dia destes em que a redacção já estava irremediavelmente alcoolizada. Basicamente, o chornal resolveu ultrapassar o já velho conceito de post recombinando-o com o conceito de bosta. Assim nasceu o bost. É difícil definir…

  • 200 000 (outros)

    O sr. sousa deu com 200 000 pessoas na rua. Há uma data de gente a avisá-lo de que 200 000 é muita gente. Mas o sr. sousa não se preocupa. Talvez tenha razão. Talvez seja o pcp e o be. Talvez não seja. Talvez o sr. sousa esteja a avaliar mal. Talvez não tenha…

  • 200 000

    Os jornais dizem que o sr. sousa penhorou os salários de 200 000 pessoas. Coisa simpática, o homem é amigo. Dá muito jeito, o salário penhorado. Muito útil para quem quer pagar rendas, prestações, comida para a família, etc. A vulgarização da medida, que contrasta com o respeito e cautela relativamente a outras formas de…

  • gajas dos cartazes

    Já repararam nas gajas dos cartazes, certamente. Vamos pela rua e, de repente, damos ali com uma boazuda, tezuda, que está mesmo a pedi-las. Por vezes, vamos a correr buscar a máquina fotográfica. Outras vezes não, já estamos preparados. Ali está o cartaz, à nossa mercê, com a gaja e uma coisa qualquer que querem…

  • proximidades (part II)

    Mais uma vez a questão da representação gráfica do texto. O texto não é propício à comunicação de relações complexas. Perante relações complexas, a representação gráfica revela-se manifestamente superior. Perante uma rede de relações complexas, o texto fica cansativo e incompreensível. Com uma infografia ficaria muito melhor. Vejamos um exemplo: O sr. sousa e o…

  • quem é que é bruto?

    Os sindicatos têm pouca credibilidade por causa das ligações políticas dos seus dirigentes. É o que diz um tal sr. bruto. Em notícia de capa do diário económico. Nestas coisas fica-se sempre sem perceber a quem atribuir a notícia. Se ao sr. bruto, se ao jornal. O sr bruto pode ter dito isso, certamente. Mas…

  • riot tourism

    A agitação social está aí, fruto da crise. Na grécia, na islândia, na irlanda, na húngria, nos países bálticos. Com mais ou menos porrada. Estados à beira da insolvência e/ou com quedas brutais do pibe só podiam dar nisto. A agitação social é um fenómeno multifacetado. Liberta de princípios, de regras. Liberta para a infracção.…