O sr. sousa deu com 200 000 pessoas na rua. Há uma data de gente a avisá-lo de que 200 000 é muita gente. Mas o sr. sousa não se preocupa. Talvez tenha razão. Talvez seja o pcp e o be. Talvez não seja. Talvez o sr. sousa esteja a avaliar mal. Talvez não tenha bem a percepção do que é 200 000.
Há gente que não sabe contar. Há gente que passou a 4ª classe dando chouriços à professora. Alguns desses não têm sequer a noção da dimensão dos números. Em todo o caso, 200 000 é um número histórico. Não há memória de tal número em 30 anos. É por isso um marco de qualquer coisa. É que ainda os efeitos da crise não se fizeram sentir sobre a maioria da população. E já existem 200 000 pessoas dispostas a sair do conforto da indiferença para irem para a rua.
Qual é a faísca que falta? O que falta aos 200 000 para serem um incómodo? Não muito. Falta-lhes 1% de indivíduos realmente problemáticos. Falta-lhes aquele um por cento que surge sempre nas épocas de crise aguda e se aproveita da instabilidade para criar desordem. Marginais, a maior parte das vezes. Ou semi-marginais. Gente sem qualquer projecto de sociedade, mas que tomam a dianteira da contestação. A crise aguda ainda não chegou. Eles também não.
Look out
When I get to the bottom
I go back to the top of the slide
Where I stop and turn
and I go for a ride
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