Adivinhar o futuro é algo tão antigo como a humanidade e os primeiros charlatães. Ser charlatão é, de facto, a mais antiga profissão do mundo porque, sabemos de fonte fidedigna, houve certamente um charlatão que não resistiu a prever a primeira puta. Século após século, criaturas criativas e empreendedoras, conhecidas por charlatães, partilharam uma forma de conhecimento semelhante ao ilusionismo que lhes permitiu um ascendente sobre o resto da humanidade. Todos nós simpatizamos com o adivinho do asterix. Muitos votam sistematicamente no maior aldrabão que se candidatar às eleições.
A antevisão de um futuro continua a ser um dos recursos fundamentais dos charlatães. A promessa de criação desse futuro é o nec plus ultra da charlatanice. No centro da charlatanice está pois a previsão. Não a previsão séria, como a do Anthímio de Azevedo, mas aqueloutra que disfarçada de mini-saia e a mostrar as mamas nos procura distrair da ausência de uma formação científica.
No mundo da economia, a previsão assume contornos ridículos. A economia é a única área em que se faz uma coisa inimaginável: a previsão da previsão. Quer dizer, o banco de portugal ou o bce fazem uma previsão que depois revêem, não face aos factos, mas face a uma nova previsão. Deveras fantástico, só mesmo na economia. Nem mesmo as gajas de mini-saia do boletim meteorológico, com as suas belas mamas, se atreveriam a vir à 5ª feira dizer, com ar de putas sérias, que têm que actualizar em baixa a previsão para sábado que fizeram na segunda-feira.
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