O magalhães é vendido a 5 contos. Sempre que se disponibiliza um produto a um preço diferente do mercado surgem fenómenos paralelos que tiram proveito da artificialidade do preço. Não é um fenómeno de hoje. É um fenómeno dos livros e da experiência. É um dos argumentos do capitalismo para a não intervenção e é um facto da história da criminologia. Disponibilizar um produto a um preço que não o do mercado é uma oportunidade óbvia para todos os chicos-espertos e oportunistas. Tirar proveito da diferença entre o preço natural e o preço a que o produto é disponibilizado costuma ser tão fácil como levar o produto para um sítio em que o preço artificial não é praticado.
A inteligência rara do sr. engenheiro não conseguiria prever uma coisa destas. A corte de bajuladores também não está lá para o avisar das patetices. Com o magalhães a 5 contos este destino era certo. Aqueles senhores que nos lavam o carro nos semáforos já devem ter encontrado forma de exportar os nossos magalhães comprados a 5 contos, graças aos nossos impostos, para países como a roménia e a bulgária. Vendidos a 15 contos, dá um ganho de 200%, um negócio do caralho, como comprar murchos e vender tesos. E estamos certos de que brevemente encontrarão outros destinos para este negócio lucrativo, legal e absolutamente irracional. São pessoas com engenho. E, como sabemos, pouco distingue uma pessoa com engenho de um engenheiro a sério.
Prevê-se que no futuro o negócio se estenda ao envio de magalhães para o brasil, rússia e china, países que necessitam do nosso apoio. Sempre com o magalhães a 5 contos, graças aos impostos dos portugueses. Isso só não aconteceria se os compradores pensassem que o magalhães era uma total merda. Talvez estejamos salvos. Salvos in extremis, salvos pelo gongo.
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