Um grupo de sábios reuniu-se este fim-de-semana com o fim de constituir a Comissão Para a Despromoção da Economia como Ciência, CPDEC. Os sábios reunidos reconhecem o fracasso dos economistas em prever ou explicar a presente crise. Reconhecem a inexistência de estudos publicados e aceites pela comunidade dos economistas que apontassem a presente crise. Reconhecem que a dimensão da crise é tal que era espectável que os economistas tivessem sido capazes de produzir informação que constituísse algum tipo de alerta. Reconhecem que a economia, como ciência, mostra ter, aos olhos do público, um baixo nível de credibilidade.
Consideram que a baixa credibilidade da economia se deve, antes de mais, aos próprios economistas e ao fracasso da ciência que representam. Consideram que não é aceitável utilizar os pergaminhos de uma ciência e títulos académicos para legitimar políticas que revelam afinal não ter qualquer suporte científico. Consideram que menos aceitável, ainda, é a unanimidade de opiniões que afectou a comunidade dos economistas face a assuntos que requeriam a existência de opiniões divergentes.
Pelos motivos indicados, os sábios reunidos desencadeiam um processo de despromoção da economia como ciência. Esta é uma medida que não é tomada desde que no império romano se despromoveram os adivinhos que liam nas entranhas dos animais mortos. A fim de não prejudicar o sustento dos economistas e das suas famílias, considerar-se-á a possibilidade de permitir a leccionação de economia nas universidades, atribuindo-lhe o estatuto de culto. A investigação subsidiada em economia só o poderá ser ao abrigo dos subsídios existentes para a investigação sobre história das religiões.
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