proximidades (part II)

Mais uma vez a questão da representação gráfica do texto. O texto não é propício à comunicação de relações complexas. Perante relações complexas, a representação gráfica revela-se manifestamente superior. Perante uma rede de relações complexas, o texto fica cansativo e incompreensível. Com uma infografia ficaria muito melhor. Vejamos um exemplo:

O sr. sousa e o sr. silva recebem o sr. eduardo com uma grande festa. É uma festa de amigos. O sr. eduardo traz milhões para investir no país do genro. Filho do sr. américo. Que ganha milhões na empresa 1 do oligopólio dos combustíveis. Com o beneplácito do sr. sousa. E o silêncio do sr. silva. Que não fala de assuntos de estado. Empresa 1 em cujo capital tem parte uma empresa 2 do país do sr. eduardo. Empresa 2 que tem parte no banco 1 cujos prejuízos foram nacionalizados pelo sr. sousa. E no banco 2 que tem recebidos apoios multimilionários. E que anuncia linhas de crédito de milhões às exportações para o país do sr. eduardo. Juntamente com o banco 3 cuja gestão também depende do sr. sousa. Linhas de crédito que significam, mais ou menos, envie, envie, que logo se arranja quem pague.

As proximidades nem sempre são facilmente interpretáveis. Perante a falta de informação precisa, tende-se a recorrer a mecanismos de projecção. Que, como se sabe, correm sempre o risco de dizer mais sobre o interpretador do que sobre o interpretado.

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Comentários

Um comentário a “proximidades (part II)”

  1. Avatar de alex

    Chamas a isso proximidade? Só se for na cor do cabelo.

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