EDP: Tarifa Simples ou Tarifa Bi-Horária?
Consideremos o caso de uma residência doméstica, ou de um pequeno retalhista.
A tarifa simples, H, é de 0,1396 euros.
A tarifa bi-horária é: B1=0,1582 € e B2= 0,0864 €.
Notar que se tem sempre: B1 > H > B2, ou seja que H é uma tarifa intermédia.
(Informação constante de
https://energia.edp.pt/particulares/gaseeletricidade/casa-total/tarifarios.aspx )
O tarifário simples, H, é intermédio entre o par da tarifas bi-horárias.
Aderindo ao tarifário bi-horário, se todo o consumo ocorrer nas horas mais onerosas, o consumidor acaba por pagar mais.
Coloca-se a questão: Que proporção do consumo é que vai ter de passar para B2 para se atingir o break even relativamente ao tarifário simples, H?
No caso de existir tarifa bi-horária o consumo total C, passa a estar repartido por C1 com tarifa B1 e por C2 com tarifa B2. Tendo-se C= C1+C2, pelo que C1= C-C2.
A condição de break even é: CH=C1B1 + C2B2
Esta condição pode ser reescrita como: CH= (C-C2)B1 + C2B2.
Manipulando obtém-se: C(H-B1)= C2 (B2-B1).
Esta última expressão permite concluir que:
C2= C (B1-H)/(B1-B2)
Reparar que (B1-H)/(B1-B2) é um rácio sempre menor que um, uma vez que H é sempre maior que B2.
Este rácio, que só depende da política tarifária, representa a percentagem do consumo que vai ter de passar para a tarifa B2 de forma a que a mudança de tarifário seja compensadora.
Para a situação exemplificada (B1-H)/(B1-B2) traduz-se em:
26% = (0,1582- 0,1396)/(0,1582-0,0864)
Ou seja, pelo menos 26% do consumo tem de passar a ser B2 para compensar.
Nota: Quando não existir aumento de preço, quando B1 for igual a H, este rácio é mesmo zero. Ou seja, qualquer que seja B2> 0, já compensa.
É inacreditável. A companhia da electricidade tira com uma mão o que dá com a outra.
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