Crisis? What Crisis?

É verdade! Reconheço! Até o título deste post vem directamente de um disco dos Supertramp! Estou a passar por uma nova crise dos 40!

Há longo tempo que padeço desta doença degenerativa! O primeira contacto com esta doença foi, mais ou menos, aos 16 anos quando começei a ouvir temas do tempo em que ainda andava de gatas (Beatles, Shadows, Creedence Clearwater Revival). Isto tinha sido precedido duma época de audição da música revolucionária da época. Fui logo dado como um caso perdido de deriva direitista no seio familiar, mas enfim, lá se habituaram.

Os anos passaram e durante algum tempo a crise não se manifestou e comecei a ouvir a música do meu tempo. Tinha a mania de ouvir a música mais cool (o que quer que isso seja), recente e estranha lá da rua.

No entanto alguns anos mais tarde (Meados dos anos 80) tive uma grande recaída ao ouvir os Steely Dan pela primeira vez. Devia andar em meados da minha segunda década de vida. A partir daí foi sempre downhill! Esta minha doença agravou-se sériamente quando começei gostar de ouvir coisas do tempo em que ainda não tinha nascido (Elvis Presley, Carl Perkins, Gene Vincent, Buddy Holy, bandas de doo wop, Jazz) e piorou ainda mais, quando descobri a Motown, fiquei irremediavelmente contaminado.

Entretanto reciclei toda a década de oitenta. Pus de lado, temporariamente, as gabardines da época (Joy Division, Cure e quejandos) e abri portas ao Soul, ao Funk, ao Disco (Quincy Jones my friends,  Chic, Sugar Hill Gang, Barry White e até os Bee Gees e os Abba ganharam um cantinho no meu coração), passei a ouvir quase em exclusivo Jazz tocado por gajos que não eram brancos e que não gravavam coisas maradas para a ECM (Miles, Coltrane, Parker, Armstrong, et caetera).

Hoje considero padecer de uma espécie de esquizofrenia. Uns dias pr’ó futuro (continuo a ouvir o mais recente embora não tenha paciência muitas vezes para o estranho e, principalmente, para a cópia da cópia) outros pr’ás traseiras (Um amor enorme pela reciclagem e até por gajos estranhos que me passaram ao lado).

Considerem-me, no entanto, senil se disser que gosto do último disco do Pedro Abrunhosa ou desse tal Mika e internem-me se alguma vez me ouvirem elogiar a Maria Bethânia (Talvez daqui a uns anos em mais uma conversa de sabado à noite volte a ter uma epifania.  Nessa altura a Raquel já reconhecerá que a crise é intemporal). Mas podem-me dar Sergio Mendes e Ray Conniff & His Orchestra And Singers todos os dias.


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Comentários

6 comentários a “Crisis? What Crisis?”

  1. Avatar de alex
    alex

    É pá, música cool é música acompanhada de uma cerveja gelada.

    Ah! Mas os Chic, eu ouvi-os na época, por influência de um primo algarvio. É claro que na altura, fui forçado a ouvi-los porque não se ouvia outra coisa em casa dele. E fartei-me de dizer mal daquela música levezinha sem consistência nenhuma e, ainda para mais, música para dançar: o que não fazia sentido nenhum para mim. Agora gosto à brava.

    Os ABBA sempre tiveram qualquer coisa de interessante. Quando eu era puto, eram as gajas: duas suecas mamalhudas e redondinhas. A gente ouvia dizer que as suecas eram atiradiças e que iam com todos, até cheguei a ir ver o filme Helga (mais uma gaja com 60 anos) que sempre pensei que fosse sueco, que era para maiores de 18, mas que eu fui ver com 14 ou 15, com ar de 12 ou 13.
    Mais tarde deixei de olhar só para as mamas delas e passei a ouvir também a música/voz, que tem uma grande pedalada.

    O Quincy Jones dispensa apresentações, my friends

    Sobre o Miles Davis e o John Coltrane, deixo o comentário do José Duarte, ouvido ao vivo na Antena 1, em 28 de Setembro de 2006

    Sérgio Mendes, eh eh eh

    Em resumo: marchava uma Maria Schneider acompanhada de uns copos de tinto.

  2. Avatar de alex
    alex

    Crise dos 40? Qual crise dos 40?

    Ainda para mais uma acusação vinda da Raquel: a mulher que, pateticamente, acompanha os princípios da esquerda bolorenta que dizem que não há diferenças entre o homem e a mulher.

    E então e a pila e a pachacha? São apenas broches que se penduram no corpo, não ao peito, mas um pouco mais abaixo?

    Mas logo a seguir, vem acusar OS HOMENS de sofrerem de uma coisa a que chama A CRISE DOS 40, da qual as mulheres não sofrem.

    Então em que é que ficamos?

  3. Avatar de nick name
    nick name

    As moças começam mais cedo. Aos 20 já julgam que vão ficar tias!

  4. Avatar de ratinho
    ratinho

    Mais acção, por favor.

  5. Avatar de Eu sou ela
    Eu sou ela

    Tem piada… “pateticamente” e “esquerda bolorenta”
    nao percebo é como é que o meu nome aparece citado várias vezes , em vários artigos … mas como o Nick e tu sabem eu sou muito curiosa o que é bom 🙂 .
    Como sabes o que disse é que tu estavas a passar a crise dos 40e qualquer coisa (o que é verdade, e é bom saber que tomaste consciência disso!!) , nunca disse que as mulheres não passam…
    Por isso a partir de hoje vou começar a tomar mais atenção a este jornaleco pois parece que esta a precisar de um toque femenino. Podes começar por criar um tema GAJOS e outro QUADRIS para vos mostrar o que realmente é bom …

    Atentamente

    Ela

  6. Avatar de nick name
    nick name

    Ahn! Relativamente aos quadris e aos gajos, passo.

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