Moqtada Al-Sadr

Um dos fenómenos mágicos do pluralismo informativo que nos governa é o “clérigo xiita radical Moqtada Al-Sadr”. O fenómeno não é o homem mas a maneira como é tratado. É tratado sempre com o prefixo. Como se o prefixo fosse obrigatório.

Por exemplo, quando se referem a mim as pessoas oscilam entre dizer aquele gajo bué inteligente, aquele gajo bué simpático, aquele gajo bué sexy, ou outra coisa qualquer parecida. Já o Mokata não. O Mokata consegue aquela espantosa unanimidade que é a de ser designado com o mesmo “prefixo” sempre que o seu nome é invocado.

Não se pense que isso é fácil. Por uma questão de liberdade jornalística, de liberdade de redacção, seria de esperar que nem sempre se referissem a ele da mesma maneira. Até pela intelectualite habitual de quem escreve seria de esperar que procurassem variar o vocabulário, a forma de se exprimir. Mas quanto ao Mokata, não.

Um indivíduo qualquer, de bom ou mau carácter, qualquer que ele seja, é tratado nos media com uma grande diversidade de adjectivos. Uma enorme diversidade de adjectivos. O Mokata é o único a conseguir ser tratado sempre da mesma forma. Se calhar paga para isso. Ou, pelo menos, alguém deve pagar. É o pluralismo informativo que temos.

ver:
dn
publico
expresso
correiodamanha
rtp
cnn
bbc
mondediplo


Publicado

em

, , ,

por

Etiquetas:

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *