Anda por aí um novo mito: O do automóvel electrico que se carrega em casa.
Vou procurar mostrar, com este bost, que não vai ser fácil nem barato mudar do paradigma actual para um puramente electrico que se carregue em casa.
Um carro: Se andar uma hora por dia, a 100 à hora, faz 36500 km num ano.
A maior parte dos carros faz mais que 36500 km num ano. Mas vamos tomar este valor, uma hora por dia, como indicativo.
O motor de um carro desenvolve à volta de +-80Cv úteis. Ou seja, cerca de 60kW. Numa hora serão 60kWh.
Para repor esta energia duramnte a noite será necessário fornecer 6kW por carro, durante 10 horas.
Este consumo de energia é descomunal. Um apartamento consome 150kWh por mês, e não 60kWh por dia!
O calibre dos contadores costuma ser 10A, 15A (+-3kW).
Para alimentar electricamente o carro, cada casa deveria, no mínimo, ter o triplo da potência instalada.
Vejam o esforço que isso colocaria na actual rede de distribuição, em todos os cabos, transformadores, postos de distribuição, por todo o lado….
A produção de energia electrica teria de passar para mais do triplo, e rede de distribuição teria de ser toda redimensionada.
Já viram os custos de investimento associados?
Quem os teria de pagar seria, evidentemente, o consumidor final.
Conclusão:
Não acredito numa solução com carros electricos e em que as baterias sejam recarregadas em casa.
Tem que haver um negócio novo, o da distribuição de baterias carregadas e de recolha de baterias gastas.
Tem que haver grandes centrais de produção de baterias carregadas e reciclagem das gastas.
É o que faz sentido económico.
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