Entrevista ao Sr. Silva

Desesperado para ganhar uns cobres, tive de me estrear como chornalista.
Aqui fica a entrevista que fiz ao Sr. Silva:
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-Então é verdade que o gajo lhe chamou cabrão na conversa com o Vara?
-Sabe que não comento as afirmações dele.
Respondeu ele com a sua voz mais melífula e formal, própria dos discursos em chatisses cerimoniosas oficiais.
-E o que acha de Portugal sair do Euro?
-Sabe, a sexta maior economia do mundo está falida. Não tem conseguido pagar os funcionários, e tem tido problemas nos abastecimentos energéticos, na saúde, tem criminalidade desregrada e uma penúria crónica que impede os programa sociais de serem financiados. E nunca vi ninguém clamar para que a Califórnia saísse do dollar, ou que instalasse portagens nas autoestradas.
-E quanto à demissão do primeiro ministro?
-Isso ia ser um rico carnaval, com a ala esquerda do PS a ganhar preponderância e a apoiar o Alegre. Aí é que corriam com Portugal do Euro.
-E isso seria mau? Pensemos no caso da Grécia, ou de Espanha.
-Seria mau para alguns, bom para outros. Mas se ficarmos fora do Euro, e com os problemas a crescer, não me admirava que isto descambasse num golpe de estado. Perdido por cem, perdido por …
-Então porque é que o golpe de estado ainda não aconteceu, com este farró todo?
-Porque não temos Euros para o fazer. Mas uma vez fora do Euro, a história é outra.
-Que pensa fazer?
-Aproveitar ao máximo este ministro das finanças para retirar o máximo das minhas poupanças (em Euros) do BPN. Depois de as transferir para sítio seguro, sei lá, que se lixe a taça. Reformo-me, ou vou para um tacho qualquer na ONU. Sei lá, você faz cada pergunta. Queira sair.
-Obrigado pela entrevista. Tenha um bom resto de dia.
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E assim foi.