Num admirável e muito louvado volte face, o Governo da Nação resolveu ceder às vozes da oposição e levar a cabo um referendo relativo ao Tratado de Lisboa.
As fontes aproximadas a que tivemos acesso dão-nos conta de que já está tudo decidido relativamente a este assunto quer a questão a colocar quer relativamente às respostas possíveis. Faltando apenas decidir a data do acto. É mais uma manifestação da eficiência do Grande Líder.
Assim teremos em cada boletim a questão:
- Concorda com o Tratado de Lisboa?
As respostas serão três, demonstrando a apla democraticidade do acto:
- Sim. Concordo.
- Não! Concordo plenamente! Nem sei para que colocaram a questão! Vamos a isso!!
- Estou disponível para embarcar o mais rápido possível para os campo de apanha de tomate no Iraque, de morangos no Afganistão ou de trigo no Darfur de acordo com as necessidades da Nação. Opcionalmente poderei ainda ir para as minas de diamantes do Congo ou de Angola.
A habitual resposta “Não sabe/Não Responde” foi eliminada por motivos de ordem técnica e porque, segundo as nossas fontes, “já não somos nenhuns meninos”.
As fontes a que tivemos acesso dão ainda conta dos esforços do Governo para tornar eficiente a participação neste acto e não incorrer em gastos desnecessários com o objectivo de travar a despesa pública, serão emitidos boletins de voto individuais marcados com o código de barras correspondente a cada eleitor.
Este boletim deverá ser obrigatóriamente entregue até ao hora de fecho das urnas. As faltas terão que ser justificadas com Certidão de Óbito ou similar.
Manifestando ainda a vontade férrea de eliminar a proliferação de actos que perturbem a paz das famílias e diminuição na productividade dos cidadão desta bem-amada Nação, serão ainda recolhidas amostras de sangue para alimentar a nova e tão necessária Base de Dados de Informação Genética da população.
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