Estórias do Avô

A pedido de várias famílias, aqui vai uma historinha d’encantar:

Era uma vez um guarda-redes muito afamado que jogava naquele clube que se julga o maior do mundo (apesar de decadente, assim como os restantes, à uns 30 anos).

O guarda-redes em questão, considerados por muitos (e justamente) um dos melhores de sempre a defender as redes da selecção deste rectângulo de mentes iluminadas, defrontou na época em que a guerra ainda era fria, a selecção do país do Leonid (à data do jogo já era o país do Vasily) no campo de .

A selecção, que tinha esperanças de chegar à fase final do campeonato europeu do ano do Orwell (e lá o conseguiu apesar de ter uma espécie de “comissão” de 5-treinadores-5 a comandar as hostes) jogou mal e porcamente levando 5 secos num jogo de tão triste memória, que se viu o dito guarda-redes atrás duma bola sozinho a meio do meio-campo defendido pela selecção de cá

Numa época de refluxo anti-revolucionário, questionado acerca da goleada (justíssima aliás), disse o moço que o problema tinha sido a falta de fruta ao pequeno almoço.

Moral da história: 25 anos passaram e os novos atletas, já sem caracóis no cabelo, com bons cortes de cabelo, óculos escuros e mais dinheiro no bolso, vêm a justificar-se com as mesmas desculpas parvas que se pensavam exclusivas do futebiol.


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Comentários

Um comentário a “Estórias do Avô”

  1. Avatar de alex

    Bela estória, sim sr. Mas o Galrinho era mesmo o maior guarda-redes do mundo (apesar de ter sido português).

    Lembro-me de um famoso jogo contra a Escócia – durante aquele período divino de mais de 1000 dias consecutivos no qual o Manel não sofreu um único golo – em que, depois da bola ter passado por debaixo do braço dele devido a um remate fortíssimo do atacante, o milagroso guarda redes esticou o braço para trás das costas, e com uma intuição única apanhou a bola que já ia a caminho da baliza.

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