48 cêntimos

Às tantas o funcionário olhou para o computador e disse-me:
– Tem aqui um processo de execução fiscal.
Preocupado, porque aquelas coisas são chatas, um processo de execução fiscal dá penhoras de salários e outros mimos diversos, perguntei:
– Processo de execução fiscal? Qual a origem disso?
O funcionário olhou melhor para o computador, talvez para procurar mais informação, talvez para confirmar o que já tinha visto. Passado um bocado respondeu:
– São 48 cêntimos.
– 48 cêntimos, como?
– São 48 cêntimos. A dívida é de 48 cêntimos. Gastamos mais de toner a imprimir o papel que os 48 cêntimos. Mas é assim, é o que está no sistema.
– Então posso pagar voluntariamente agora, não é?
– Pode pagar no multibanco, se quiser.
– No multibanco? E o multibanco aceita pagamentos desse valor? Não sei. Acho melhor pagar já.

O funcionário lá imprimiu mais uma folhinha e lá fui pagar aquilo na tesouraria.
Quando fui atendido na tesouraria, a mesma pergunta: 48 cêntimos?

P.S.: Os funcionários foram simpáticos e educados.
Convém que se diga estas coisas porque é verdade.


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Comentários

3 comentários a “48 cêntimos”

  1. Avatar de SoKrates

    Olha que boa ideia. Vou já propor uma taxa de despacho mínimo para que esses pagamentos de 4, 30 ou 1 euro e picos, sejam rentáveis.
    Essa taxa de despacho obrigará a que todos os pagamentos sejam automáticamente nivelados por cima a 10 euros.
    Em vez de 48 centimos, o cidadão terá de pagar a módica quantia de 10 euros.
    Assim evita-se o desperdício.
    Vou já tratar de por a andar essa medida urgente de saneamento finaceiro.
    Afinal, é para o bem do país.

  2. Avatar de transmutante
    transmutante

    SoKrates! És um porco!
    🙂

  3. Avatar de alex

    Resumiu-se a isso toda a tua vida de atropelos fiscais? 48 cêntimos? Não admira que as receitas fiscais tenham baixado. eh eh eh

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