JoLas 27

Não. Hoje não vos venho falar de cerveja Vieira… infelizmente.

Não. Hoje a joLa é outra. Estou a beber uma joLa que tinha bebido pela primeira e única vez em 1988, em Madrid, quando fui ver o Sting ao vivo, com o Nick Name e mais dois artolas aos quais nunca mais pus a vista em cima. É uma Adelscott, uma cerveja feita com malte de whisky. At the time, gostei imenso daquela cerveja. E com o tempo, e com o facto de nunca mais a ter encontrado, tornou-se uma quimera.

Há uns dias, encontrei-a no hipermercado e trouxe logo um pack. Mas o meu gosto mudou. Isto, agora, parece-me uma espécie de mijo de burro doce. E, agora, gosto mais da Leffe belga, ou das cervejas espessas e bem fermentadas que compro na Biocoop.

Mas todos os meus males de beberrão fosses esses. Comprei também, no mesmo dia, uma “Cabeça de Burro, tinto, 2004”, para além de algumas garrafas de vinho bom. Cabeça de burro sou eu. Cabeça de burro: nunca mais. Aquela merda sabe a vinho morangueiro vomitável. Foda-se.

Diz no rótulo: “Este vinho só se fabrica em anos de excepcional qualidade”. Foda-se. Vão pró caralho. Publicidade enganosa. Que nunca mais ninguém compre aquela merda. E vou-vos explicar porque é que estou tão chateado . Para além da má experiência que tive esta semana, acumula o relato do Jorge Paixão da Costa, o realizador de “O Mistério da Estrada de Sintra” (filme do qual escrevi parte do argumento, mas o gajo abarbatou-se à autoria [ver 1 e 2]) e meu compincha de copos e charutos, a quem ofereci um Habano e um “Cabeça de Burro” quando fez 50 anos. Também essa garrafa estava azeda. E diz ele que a utilizou para temperar comida.

A partir de hoje, depois desta crónica, e, como este é o blóguio mais visitado de Portugal e da Lua, só bebe “Cabeça de Burro” quem for um asno do caralho.