IV é um ‘granda’ nome.
É o nome do IVº álbum dos Led Zeppelin, o álbum sem nome!
Mas vamos ao que interessa.
Hoje fui ao hipermercado comprar uns garrafões de água para lavar os pés e os colhos, que já ninguém podia andar ao pé de mim.
Estava eu a carregar o carrinho com garrafões, quando a minha filha (que ainda não tem 3 aninhos) gritou: “jolas!”.
Tão alto, que ficou toda a gente a olhar para nós.
Bem…, só nesse momento é que reparei que estavam a olhar para nós, mas provavelmente já estariam a perguntar-se o que é que uma miudinha daquela idade fazia com um porcalhão imundo como eu.
“JoLas”, gritou ela outra vez. Eu comecei a ficar envergonhado e a pensar que era desta que me levavam a miúda. Se algum assistente social, na assistência, se apercebesse da dependência maltosa da minha filha… Náááá. Ninguém ia acreditar.
“JoLas”, continuou ela cada vez mais alto. Lá me aproximei das cervejas, como quem não fazia ideia do que ela queria, agarrei um pack de 12. “É isto? É cerveja que queres?”, perguntei eu a medo.
– Nããããão!
“Não?”, pensei eu. “Então o que será?”
– Nããããão! JoLa do béco.
Tentei pensar rápido, o que já vai sendo difícil: “JoLa do béco. JoLa do béco. Ah! JoLa do boneco.” Olhei então para a prateleira e lá estava a JoLa do béco: a “Cerveja Vieira”! Os meus olhos brilharam. Parecia que tinha visto Cristo. Mas não. Era apenas (e não é pouco) a cerveja do nosso eterno presidente: o vitalício Vieira!
Descolei um rótulo e digitalizei-o para vós, fieis leitores, poderdes gozar do prazer que me enlevou naquele instante.
Quando voltei a mim, agarrei três packs de 22+1, a miúda na outra mão, e fui-me embora, debaixo de uma ovação.
“Vieira, Vieira”, gritava a assistência.
…
Ah! “Então e a água?”, poderão perguntar os leitores mais atentos.
A água ficou lá. Quem precisa de água quando tem cerveja Vieira?
9 comentários a “joLas IV”
[…] “JoLa, onde estás tu?” catarolava eu enquanto caminhava para o fililico. “Fililico?” que lembrança esta? Isto é conversa da minha filha. Será um mau prenúncio? Espero que não. E nisto entro, de volta, na cozinha e dou com a minha filha (de quase 3 aninhos) deitada no chão, com uma garrafa de cerveja Vieira fresquinha à boca, a sorver a última gota. […]
[…] Aliás, não havia cerveja Vieira. Deus não pode inteligenciar todos os macacos que pululam pela face da Terra: alguns têm que se manter macacos a vida toda. Anyway, aparentemente, os gajos estão no caminho certo: compraram uma grade de “Desperados”: uma cerveja mexicana com Tequilla. […]
[…] Quando o homem perguntou o que íamos beber, escolhi um Dão Meia Encosta, de 2001, que era o vinho, da lista, que mais se aproximava do sumo de uvas fermentadas que o Cristo bebia nos primórdios da civilização. Tem uma boa concentração de taninos, com um travo residual a cascos de carvalho, só aproximado por alguns vinhos do Douro e por alguns topos de gama alentejanos que não se servem nos restaurantes e muito menos na tasca onde jantámos. À falta de cerveja Vieira, ou mesmo da (razoável) cerveja Cintra, optei pelo tinto português. […]
[…] Nisto de festas de homens só vale vinho tinto. Tudo o resto são refrescos de crianças. Que o digam a minha fllha mais nova e piquena no mano rei: agarraram-se a uma grade de cervejas Vieira com abre-latas e duas palhinhas e só a largaram depois de sorverem 24 garrafas e de terem fumado os rótulos. […]
[…] Hoje o jantar merecia uns copos. Como deixámos acabar a cerveja Vieira, abrimos uma garrafa de Esporão Private Selection. […]
[…] Aproximámo-nos da vítima, um camião carregadinho de cerveja Vieira que circulava pela direita, a 80Km/h, como manda o código. Encostei ao lado da traseira e lancei a âncora. […]
porque nao levavao mais jolas
Já não cabiam mais debaixo dos braços!
[…] Esteve presente a Sra. Presidente da Câmara, a Sra. Conservadora do Registo Civil e o ex. Presidente da República Sr. Jorge Sampaio, que o Cavaco é um cepo e não sai à rua de Verão com medo de arder. Convidámos também o Sr. Emplastro, mas a figura exigiu a presença de dois canais de televisão e dois repórteres (para se poder colocar por detrás), uma limusine, um piso inteiro do Hotel da Costa de Caparica e um cachet superior ao do Jorge Sampaio. Ficámo-nos por dois arrumadores de automóveis, semi-desempregados, que agora é Verão e o pessoal foi todo para a praia. Pediram apenas uma moeda de euro e uma bejeca. Perguntei-lhes se servia cerveja Vieira, aceitaram. […]