Se há coisa que não me podem tirar é sandes de caracol!
O belo caracol cozido com orégãos e demais especiarias, cuidadosamente retirado da casca e colocado dentro de um pãozinho com manteiga. É o céu!
Fui apanhar uns caracóis selvagens à Costa de Caparica, coloquei o chapéu de chefe de cozinha, e lancei mãos à obra. A pimenta, o sal, os orégãos… o azeite de primeira pressão a frio, o alho e a água pura de nascente. Quinze minutos depois o petisco estava em ebulição e pronto a servir. Só faltava a JoLa fresquinha!
“JoLa, onde estás tu?” catarolava eu enquanto caminhava para o fililico. “Fililico?” que lembrança esta? Isto é conversa da minha filha. Será um mau prenúncio? Espero que não. E nisto entro, de volta, na cozinha e dou com a minha filha (de quase 3 aninhos) deitada no chão, com uma garrafa de cerveja Vieira fresquinha à boca, a sorver a última gota.
Corro apressadamente para o frigorífico na esperança de encontrar um garrafa cheia, mas – desilusão – havia umas dez garrafas vazias espalhadas pelo chão e nada de cerveja fresquinha.
Ai que dor!
Acho que vou fazer uma loucura!
Peguei na miúda pelos pés, um copo debaixo da boca, e espremi-lhe o estômago até começar a sair cerveja.
Espremi até encher o copo, coloquei-lhe uma pedra de gelo, e voltei para os caracóis. Saquei 25 caracóizinhos inteiros da casca e coloquei-os em cima de uma fatia de pão barrado com manteiga. Cobri com outra fatia e dentei.
Esqueci todas as agruras do mundo e deliciei-me com mais uma dentada… e outra… e outra… enquanto a miúda, na cozinha, se queixava de um ardor no esófago da regurgitação forçada.
Deixe um comentário