Findo mais um dia de trabalho arduo, juntam-se à volta das mesas e no exterior do Escriba’s Tavern em Jerusalém grupos que discutem entre si as últimas tricas do poder, das empresas, das gajas e dos gajos. Das ascensões e quedas, da quecas, enfim materias de interesse. Do burburinho destaca-se de repente uma voz:
“Eh pá! ‘Tou-t’a dizer meu! O gajo sabe!”
“Sabe lá agora!” Diz outra voz alterada.
“Então vens…” o tom baixa e dilui-se no barulho geral.
Horas mais tarde, no Quartel General do Destacamento de Tropas Romanas estacionadas em Jerusalém, um segurança olha de cima a baixo um tipo acabado de entrar:
“Boa tarde, pertence a que empresa?” – Diz com ar altivo e desprendido.
“A nenhuma. Sou sancerdote do templo” – mostra o cartão – “E queria falar com o General.”
O segurança olha impassível o cartão, e responde: “O General não está. Só está o Pôncio. Ouvi dizer que tem umas horas para justificar…”, confidencia com um sorriso cúmplice.
“Pode ser, falo com qualquer um” responde o sancerdote agastado.
Levado à presença de Pôncio e feitas as apresentações, o sancerdote vai directo ao assunto. Após ouvi-lo com atenção, Pôncio espantado, diz: “Tens a certeza? Existe um gajo que diz que conhece o 3º segredo de Fátima, a história do José, da re-eleição do António e da localização do novo aeroporto de Lisboa???” – O sancerdote acena com um sorriso prazenteiro.
O resto é história conhecida.
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