An Ending

Para quem viu o filme Traffic com o Benicio Del Toro, o Michael Douglas e a Catherine Zeta-Jones, sabe do que estou a falar. A música do final, quando o Del Toro está a comer pipocas e a assistir a um jogo de baseball à noite, num estádio iluminado, no México (a única exigência que ele tinha feito aos americanos para os ajudar a acabar com os cartéis da droga no México), essa música, etérea, fabulosa, e que remata o filme de uma forma irrepreensível, é do Brian Eno, do álbum Apollo: An Ending (Ascent).

Mas o filme não é só esta música. Faz-me lembrar o Mistério de Oberwald do Antonioni, pelas cores. É um filme extremamente realista pelo tema e pela montagem, mas absolutamente surrealista nos filtros que o Soderbergh utilizou: o roxo, o amarelo, o laranja.

Não há muitos americanos a conseguir fazer filmes que sejam capazes aos olhos da cultura europeia. Mas este é um deles, apesar do tema e as distracções serem claramente americanos.


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