Mundialização

Artur Castro Neves escreveu:
“Os estados nacionais deixaram de ser proprietários da poupança nacional (para passarem a ser clientes da poupança global), e deixaram de ser guardiões fronteiriços das actividades económicas.”

Está-se a produzir uma mundialização social? Pelo modelo sino-indiano, em que ficamos todos a viver de uma malga de arroz e a andar descalços, para que uns poucos nababos possam viver na opulência?
Como é possível caminhar para uma situação tão sem classe média? Que contradição fundamental espartilha e extingue a classe média actual?

Ele afirma
“Co-existem na sociedade contemporânea dois universos económicos: um que visa o bem-estar social e humano, e outro que visa a competitividade à escala da economia global.”

Esta contradição é fracturante. É preciso repensar o estado actual. Pressupondo a incapacidade crescente das instituições e actores saídos da democracia representativa a encontrar soluções políticas para a intervenção socioeconómica, ele define o emergente:
“É preciso substituir o Estado tradicional por um novo Estado, talvez ainda mais presente e mais soberano, exercendo o seu poder através de uma influência superior à sua anterior capacidade majestática de apropriação e de operação.”

Quando acabei de ler o que ele escreveu, pensei: “Que bela definição de Comunopitalismo, em que o mercado é rei, e o estado omnipresente.”


Publicado

em

, , ,

por

Etiquetas:

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *