No fim de Agosto de 1988 estava em Genève, by the lake. Tinha ido para a Suíça (Kiental/Bern) estudar medicinas naturais e culinária.
Depois de roer duas maçarocas de milho cozido, entrei na Maison Davidoff e pedi um maço de cigarros. Custavam 600$ naquela altura. Em Paris custavam 1000$. Mais valia ter comprado uma caixa de charutos!
Desci a uma cave de venda de CDs. Todos os álbuns com mais de 2 anos custavam metade ou um terço do preço normal. Sempre foi assim no resto da Europa e nos EUA, mas em Portugal, país mesquinho e sem dinheiro, essa moda nunca pegou.
Comprei bastantes CDs, mas neste momento só me lembro do Bodies and Souls do Joe Jackson (um disco com uma capa igual à do Vol. 2 do Sonny Rollins, imprescindível, editado pela Blue Note) e do Superman da Barbra Streisand.
O meu irmão é um fã incondicional da Barbra. Tem mais de 300 CDs dela. Ainda hoje me pede para eu lhe dar esta 1ª edição do Superman, uma raridade no mercado de trocas e leilões do eBay. Embora as minhas preferências sejam o Jazz e a música contemporânea, de preferência aquela que mais ninguém consegue ouvir, por parecer dissonante e desconfortável, assim como os poemas do maior poeta da história da música, Peter Hammill (algo entre o Nitzsche e o Sartre, mas mais realista e positivo), que é tão difícil de ler como a música contemporânea é de ouvir,… apesar disso, há mais alguns pormenores no mundo musical que me fazem vibrar: os sons graves, barítonos e baixos, do sax tenor e do violoncelo. E esse disco da Barbra tem uma interpretação fabulosa de um tema do Billy Joel “New York State of Mind”, com sax (alto, não tenor, mas OK). O tema que dá nome ao álbum, Superman, é um hino à vox humana, com variações do Soprano ao Barítono (mais que isso só o PH, que consegue ir do Soprano ao Baixo).
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