Em conversa a horas impróprias num bar numa da outra banda (já chega de deserto…), tive uma epifania acerca do verdadeiro revivalismo musical que falta. É verdade!
Não estão fartos de ouvir a história do coitadinho do Morrison? De como o Lennon era um herói e um pacifista? Da trigésima quinquagésima sétima morte do Cobain? Quantas vezes ouvimos já “Elvis has left the building“? A propósito, lembram-se de um tal Danny Mirror a cantar “I remember Elvis Presley“?
Está na altura de recuperar o que falta! Sim! Quais anos 60, 70 ou 80! Quem quer conhecer, pela nonagésima vez, os Clash, os Sex Pistols ou, até, os Genesis e os Steely Dan? Van Der Graaf ? Isso é para intelectuais que lêem livros com mais de 100 páginas.
Já recuperámos os Abba, (grande) parte do Disco Sound, o Kraut Rock (Rock alemão para os distraídos) e até os insuspeitos Slade passaram a ícones.
Por isso voltemos a ouvir “Petite Demoiselle” pelo Art Sullivan (quem é que não chagou alguém – irmã, namorada, etc.- à conta desta pérola?) ou “Fan Fan Fan“! Os Brotherhood Of Man com “Save All Your Kisses For Me” (Abba lookalikes! But not ze girrls…). O mítico Demis Roussos de “Goodbye my love goodbye“, ” Forever and Ever” ou “Lovely Lady of Arcadia”. As Doce em “Bem Bom“, Carlos Paião em “Playback“, Paulo Alexandre de “Vinho Verde”, os Boney M de “Daddy Cool“, de “Rivers of Babylon“, de “Rasputin” e (sim!) “Ma Baker“. E os Real Thing (“You to me are everything“)? Lembram-se da Anita Ward (“Ring My Bell“)? Não vos soa melhor do que a já estafada Glorya Gaynor de “I Will Survive“?
Lembremos ainda os Santa Esmeralda de “Don’t let me be misunderstood” (os Animals com Gajas!!) as Baccara de “Yes sir! I can boogie” e as alemãs Silver Convention com “Fly Robin Fly” e “Telegram“. E quem pode esquecer o resultado do aparecimento do Glam Rock? Roxy Music, David Bowie, T. Rex? Ná! Já que relembraram os Slade (“Cum on feel the noize“, “Coz I Luv U“), recordem também os Bay City Rollers (“Don’t stop the music“), os Mud (“Tiger Feet“, “The Cat Crept In“, “Crazy“) e os Sweet (“Ballroom Blitz” ou “Fox on the Run“) ou a Suzy Quatro (“Can the Can” e “48 Crash“) e porque não o godfather of glam Gary Glitter (“Leader of the Gang“, “I love you love“, “Oh Yes! You’re Beautiful“)
Reabilitemos ainda os Rubettes (“Sugar Baby Love“), os Paper Lace (“The night Chicago Died“, “Billy Don’t Be a Hero“). E que dizer de Plastic Bertrand (“Ca plane pour moi“) surgido no boom da chamada New Wave?
Por fim saudemos esse génio, esse portento, a maior das one hit wonders Patrick Hernandez (“Born To Be Alive“)!
Ganda pinta de revivalismo que ia ser! Sei que muitos ficaram de fora (vou-me lembrando deles à medida que escrevo) e que a maior parte delas foram profundamente odiadas por este escriba. Mas digam lá que não ia ser divertido?
Nota de Rodapé: Apareceram todas à última da hora. São, todas elas, festivaleiras. Mas são umas autenticas pérolas: Marie Miriam “L’oiseaux et l’enfant“, Manuela Bravo “Sobe Sobe Balão Sobe” e os Bucks Fizz “Making Your Mind Up“. Amazing como dizem os estrangeiros.
Deixe um comentário