O expesso afirma que Franco tinha um plano para invadir Portugal.
O meu pai já mo tinha contado. Ouviu-o do pai dele? na altura (1939/40) responsável militar em Lisboa – aqui tenho dúvidas, a memória não é clara.
Ao que parece começou a haver uma concentração do exército espanhol na fronteira de Elvas. Em Lisboa ficaram com os cabelos em pé! Mobilizar, não mobilizar? Mobilizar poderia precipitar a invasão. Não mobilizar poderia comprometer a defesa. Era necessário mobilizar sem mobilizar. Solução super portuguesa!! Foi o que foi feito. O meu pai foi destacado para actualizar os levantamentos topográficos das cartas militares nas beiras. Outros tiveram outras tarefas. E foi enviado um espião para saber onde andava o exército espanhol.
O espião chegou a Elvas e … por lá ficou. Todos os dias ia a Badajoz, ver o que se passava.
Mas o importante é que consegiu descobrir uma forma eficaz, nesses passeios diários a Badajoz, de descobrir o paradeiro das tropas e o seu quantitativo, que diligentemente transmitia para Lisboa. Não vou revelar aqui como ele fazia, nunca se sabe…
Aliás, já contei esta história numa bem regada reunião de administração, e até disse como ele fez.
No final, os espanhóis, instigados pelo amigo alemão, e fustigados pelas amargas memórias de 1801, resolveram ficar quietos. Para essa decisão contribuiu a distinta pressão diplomática portuguesa, quer directamente entre Salazar e Franco, quer indirectamente em Berlim e Londres (Sim, uma no cravo e outra na ferradura, Açores e minério de Volfrâmio). De qualquer forma, os espanhóis também estavam exaustos pela guerra civil, mas nunca fiando.
Enfim, mais uma pequena história da grande história.
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Hoje em dia:
Só se lembram de Sta. Bábara quando troveja.
Só pedem Estado quando falidos.
Só respeitam os militares quando …

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