O nosso correspondente na presidência do conselho de ministros relatou o plano inacreditável para relançar a economia e combater o déficite.
Inspirado no clássico Bouvier de Fontenelle, aquele que tem uma cratera lunar com o nome e que, segundo consta, quando aos 97 conheceu um borrachito de 18 lhe disse: “Ah, menina, que pena eu já não ter 80!”.
Ora, esse ilustre personagem, pintor, astrónomo, matemático, poeta também era economista.
A teoria dele, aplicada aos dias de hoje, seria mais ou menos assim:
O déficite é 3%. Então é preciso é inflar o PIB! Para isso lançam-se obrigações do tesouro de curto prazo que pagam 4%, e coloca-se o dinheiro na CGD a 3% , para esta o emprestar a 3.5%. Quem o receber, tem que comprar as ditas obrigações e não pode fazer mais nada com essa massa. O estado autofinancia-se, relança-se a economia e aumentam-se os impostos. Toda a gente fica com mais dinheiro, à conta do aumento do déficite real, mas diminuição do défice relativo, que é o que conta em termos internacionais e de agências de rating.
Este tal Bouvier também gostava de copos e de comer bem. Ao que parece aos 90 comia como um rapaz de 20.
Além disso escreveu um livro magnífico sobre os infinitos e os números negativos.
Já não se fazem gajos assim.

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