Festa de arrotos


A miúda mais nova já tem seis anos e, com isso, ganhou o direito de dar arrotos à mesa da refeição. Ela já andava a treinar às escondidas. De vez em quando ouvia-se um tremor pela casa que mais parecia um abalo de terra ou o bramir de um grupo de elefantes. Era a nossa pequenina em tirocínio para a nova condição de arrotadora autorizada. Para comemorar, bebemos uns vinhos.

Abri com um Caves Monteiros, Dão tinto Reserva 2005, 12,5% de álcool, predominantemente com Jaen, Alfrocheiro e Tinta Roriz. Forte, saboroso, encorpado. A repetir.

Depois veio um Cardeal, Dão tinto Juta 2002, 12,5% de álcool, Touriga Nacional, Tinta Roriz e Jaen. Mais um vinho opaco e com corpo, com um sabor típico do Dão.

Entretanto, chegaram mais convivas e abrimos um Quinta D’Aguieira, Beiras tinto 2000, 12,5% de álcool, Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon, com estágio em barricas de carvalho francês. Um vinho já cortado pelo tempo, mas com um sabor bem equilibrado entre a frescura das uvas e o sabor velho dos tempos. Uma bela surpresa, uma bela pomada.

Margalha (colheita familiar), Alentejo tinto 2007, 13% de álcool, Syrah (45%), Aragonez (35%) e Touriga Nacional (20%). Um vinho doce e ligeiramente ácido, com um sabor muito novo. Deixem envelhecer mais um ano ou dois em garrafa.

Depois, um consagrado no Chornal, o Caves Velhas Reserva, Dão tinto 2007, 13,5% de álcool, Touriga Nacional. Um vinho seco, levemente frutado e floral, fresco e mediamente encorpado.

Ainda abrimos um Serra Mãe, Palmela tinto 1997, 12% de álcool, castas tradicionais da região (Castelão, entre outras). Um vinho velho e amargo, com um fundo de frescura que morre ao fim de algumas horas com a oxidação. É abrir e beber de penálti.

Acabámos com o Caves Velhas, Dão tinto 2000, Touriga Nacional e Rufete, 12% de álcool. Corpo médio, sabor suave, roxo acastanhado e opaco.

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