Estou curioso de saber o que acontece à pressão osmótica quando o sistema está polarizado por um campo eléctrico muito intenso.
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A pressão osmótica tem a ver com a distribuição de Maxwell-Bolltzman dos iões da substância (Sal, NaCl, por exemplo) no líquido. Grosso modo, o diferencial da estatistica dos choques dos iões Na e Cl nas faces da membrana está na origem do aparecimento de um diferencial de pressão entre as faces da membrana, a pressão osmótica.
Agora, se a distribuição for alterada pela acção de um campo eléctrico, como é que a pressão osmótica vai variar?
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Os fenómenos osmóticos de transporte intercelular/intracelular são muito importantes para o metabolismo. Como é que eles se alteram no seio de um campo eléctrico? Com que consequências?
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Se tivermos culturas puras de um microrganismo em placas de petri, e submetermos algumas delas a campos intensos, como se altera o padrão de crescimento da cultura?
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Num organismo pluricelular, que distúrbios metabólicos serão induzidos? Que consequências para quem (con)vive com uma linha de alta tensão por perto?
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Enfim, como sempre, é mais fácil fazer as perguntas do que encontrar as respostas…
6 comentários a “Baixas frequências, altas tensões e Cancro”
Pois…
Então e os intensos campos electromagnéticos das antenas GSM? Tanto as das estações como as que colocas a toda a hora junto à cabeça?
Há um prédio no Pragal, onde moram dois casais meus amigos, que tem uma antena de GSM no telhado. Nos últimos 8 anos, uma das miúdas teve 3 abortos expontâneos e a outra teve 2.
Isso responde à tua pergunta?
Curiosamente, ambas acabaram por conseguir ter filhos e ambas estão fora neste momento: uma em Madrid e a outra em Moçambique.
Aqui há uns 5 ou 6 anos atrás, juntou-se um grupo de biólogos conhecidos – entre eles, a nossa colega Clara Pinto Correia e o marido – em Harvard, para discutir essas questões.
Uma das hipóteses aventadas na discussão foi a de que o ambiente electromagnético em que vivemos actualmente é, provavelmente, responsável pela proliferação de uma série de doenças recentes, tanto bacterianas como virais , nomeadamente a SIDA. Essas entidades (vírus e bactérias) encontram, nestes novos ambientes, um meio propício ao desenvolvimento e à mutação. Evoluem mais depressa, nesses ambientes, que os hospedeiros (ou seja nós) e tiram partido disso.
Não sei se a discussão se resumiu a apresentar apenas hipóteses de trabalho futuro, ou se apresentava já dados provados, mas de qualquer forma as tuas preocupações não são novidade.
Tenho mesmo de procurar na literatura o que e’ que existe em termos de estudos sobre a interacção entre a pressão osmótica e o gradiente de potencial.
Ja’ encontrei. Um autêntico manancial….
“ambiente electromagnético em que vivemos actualmente é, provavelmente, responsável pela proliferação de uma série de doenças recentes” a SIDA… agora pergunto, onde é que há ambiente electromagnético em africa, continente onde se presume que deu origem e onde 8 em cada 10 habitantes (números atirados ao ar é possível que seja menor) estão contaminados? 😀
Kainite, várias respostas:
– Em África há quem seja imune à SIDA, ou seja, em algumas pessoas ou nalgumas populações, o vírus existe e não causa a morte;
– Em África, é provável que o vírus tenha tido um foco de propagação devido à vacinação massiva, nos anos 60-70, sem troca nem desinfecção de seringas;
– O que disseste não invalida que o ambiente de desenvolvimento do vírus possa ser enaltecido por campos electromagnéticos artificiais.