Andanças 2016

422 carros destruídos no Andanças. Não há indícios de crime (in DN)

ng7417120foto do DN

Há nove anos atrás fui ao Andanças. Nesse tempo, ainda era em S. Pedro do Sul. Guiei a noite toda e cheguei ainda cedo, embora já houvesse luz, talvez às 6h da manhã. Estacionei em cima de um passeio e deixei-me dormir no banco do carro.

Fui lá para fazer uma fotos, mas também para ver gajas e dançar.

Quando a luminosidade aumentou e começou a haver movimento nas ruas, saí e encontrei logo o meu amigo tao e a família. Mais tarde encontrei também umas amigas minhas que eu já tinha fotografado durante três anos no grupo de dança Gestos, e também umas alunas do curso de Psicologia da ULHT.

O ano de 2007 foi um ano de seca, e penso que o ano anterior também tinha sido. Os pastos estavam ressequidos e, em todo o país, havia o receio de deflagrar um incêndio, que poderia ser difícil de travar.

Nessa noite, o tao foi ao parque de estacionamento buscar qualquer coisa ao carro e estava um tipo, junto ao chão, que era de terra e restolho, a acender um isqueiro. Passámos, mas depois, assim que caímos em nós, voltámos para trás para perceber o que estaria ele a fazer. Não tinha consciência do perigo que era acender um isqueiro junto ao chão, num chão de palha e restolho, num ano de seca prolongada, e num parque de estacionamento cheio de automóveis?

O tipo tinha perdido a chave do carro e andava à procura dela com um isqueiro! Pedi-lhe para parar e pedi ao tao para ir buscar o carro e iluminar o chão com os faróis, para tentar parar aquele disparate. O tipo era um daqueles tipos altos e quase desengonçados, com ar de vir de uma família com dinheiro, conduzia um Mercedes dos antigos, e tinha todo o ar de não perceber nada da vida. Era um inconsciente.

Será que foi ele que ateou hoje o fogo no Andanças de Castelo de Vide? Ele, ou um inconsciente qualquer como ele?


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