O CASAMENTO NÃO É PARA XONINHAS
Soube há pouco de mais dois amigos que se separaram. Assim, calma e civilizadamente, com uma certeza que arrepia…
(por Patrícia Motta Veiga)
Amanhã vou a um casamento. Um casamento que tem tudo o que o meu não teve e está a fazer-me uma confusão enorme.
Há meses que não falam de outra coisa.
Tiveram despedida de solteira e de solteiro.
Padre, igreja e curso católico de preparação para o casamento.
Encomendaram fato de noiva.
Encomendaram a festa e, depois, faltavam pessoas para encher os lugares já pagos e convidaram-me.
Fizeram penteados, pintaram as unhas, compraram sapatos.
Receção logo de manhã, com acepipes, copos e música.
Contrataram um DJ, os convivas têm lugares marcados, e há um horário para os comes, os bebes e para a dança. Interessa mais o show-off do que a essência.
Com tudo tão predefinido, para que é que esta gente precisa de votar em liberdade? Não sei.
Exala felicidade de plástico a quilómetros de distância. Quando o meu primo casou, com a mesma pompa e circunstância, no fim da festa perguntei à mãe dele, minha tia: “Quanto tempo é que isto vai durar? Quando é que se divorciam?” Ficou toda enxofrada. Não durou três meses.
Mas como diz o nosso amigo tao, casar é condição fundamental para se poder divorciar. “Tenho 35 anos e não sou divorciada?”, é o temor, ou mesmo o terror, de qualquer mulher emancipada.
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