Alhada de Raia – II

Desde a última Alhada de Raia que uma trupe de malfeitores andava a cobiçar uma segunda edição deste prato mítico das comunidades piscatórias.

Há dois dias, no aniversário da mais nova, os malfeitores estavam por aí e decidimos fazer uma alhada. Fui comprar a raia mas, quando cheguei, tinham ido embora. Putos. Parvos. Ainda liguei aos suspeitos do costume, mas já era tarde. A alhada nunca me saiu tão bem.

Comprei 1,5 kg da raia. Cortei-a às postas e salguei-a. Depois cortei 5 batatas grandes às rodelas e pu-las a cozer em água com sal. Entretanto piquei 2 cabeças de alho e meio molho de coentros.

Quando as batatas estavam cozidas (20 min), passei a raia por água e coloquei-a na panela para cozer com as batatas. Juntei um punhado de grãos de pimenta branca e preta. 10 minutos depois, desliguei o lume. Coloquei a raia e as batatas cozidas num recipiente e, por cima, espalhei o alho e os coentros. Reguei com 1,5 dl de azeite e 1,5 dl de bom vinagre (de vinho biológico envelhecido em madeira). Por cima, despejei a água da cozedura e tapei para abafar.

Um prato rápido, barato e extremamente saboroso. Para acompanhar, recomenda-se um vinho com barba.

Cantanhede, Beiras tinto 2010, 12,5% de álcool, Baga. Um vinho tradicional das Beiras (Beira Litoral), feito quase exclusivamente com casta Baga, pouco álcool, um travo ligeiro a vinho velho, seco, sem corpo, um toque de pipa, um vinho só para homens.

Mundus, Lisboa tinto 2010, 13% de álcool, Castelão, Aragonez e Syrah. Razoável, mais frutado que o anterior, mas bebível.


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