Free Rock

O Free Rock teve o seu momento mais elevado de sempre em 1977 com o álbum “World Record” dos VDGG. É tão bom que até parece, ou ultrapassa, o Free Jazz dos Art Ensemble of Chicago nos seus melhores dias (Nice Guys, The Third Decade, …) ou os mesmos sob o nome do já falecido líder Lester Bowie em I Only Have Eyes For You.

World RecordMas estávamos a falar do World Record. É considerado pela crítica como o pior álbum da 2ª formação dos VDGG. Merda para a crítica. O World Record é o melhor da 2ª formação, sem dúvida nenhuma. É ácido (os outros dois são doces) tanto nas letras como nas músicas. E é o melhor free rock de sempre. Oiça-se a entrada “When She Comes”, com aquele desencontro de sons que acaba por ganhar harmonia na entrada da voz, ou “A Place to Survive” com diversas frases a correr em simultâneo. Parece o “Estado das Coisas” do Wim Wenders, aquela enorme cena final em Los Angeles (o resto do filme é todo passado em Sintra), a conversa de surdos entre o realizador e o produtor, só que neste caso é com música. Ou a pérola instrospectiva e inaudível (a música que eu punha a tocar para correr com os amigos da minha irmã lá de casa), “Meurglys III, The Songwriter’s Guild”. Tão difícil de ouvir como isto só mesmo o “An Index of Metals” do Eno + Fripp, só que não tem letras e por isso fica coxo. E o álbum acaba com o fantástico Wondering, inspiração de tantos artistas pós-77.

Já agradeci publicamente, uma vez (ou melhor, seis vezes, pois o livro já vai na 6ª edição, ou 16.000 vezes, pois há 16.000 pessoas com esse agradecimento em casa) ao meu primo por me ter obrigado a ouvir os VDGG pela primeira vez, mas aqui fica mais um agradecimento.

Bem hajas!


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