Quinta das Baceladas, Bairada tinto 2005, 14,5% de álcool, Merlot e Cabernet Sauvignon, com um pouco de Baga, 12 meses em barricas de carvalhos francês novas.
Munda, Dão tinto 2006, 14,5% de álcool, Touriga Nacional.
Monte Velho, Alentejo tinto 2008, 13,5% de álcool, Trincadeira, Aragonês e Castelão.
Lá comemorámos, em antecipação, o milhão que está para vir. As sardinhas eram congeladas há dois meses. Mal congeladas, por sinal: duas das doze que comi sabiam a óleo de camião queimado. Mas nada que um bom tinto não corrija. E três bons tintos ainda mais.
O primeiro tinto já tinha sido bebido antes. É um vinho seco, fechado, com um toque típico de vinho velho, com alguma complexidade no sabor.
O segundo, o Munda, também com 14,5% de álcool, mais antigo, tinha um sabor mais fresco e mais amadeirado: mas nada de exagerado. A madeira dava-lhe um cariz nobre, um vinho de outro nível, de um nível que já não bebo há muito tempo. Comprei outra e está ali à espera de ver a luz do dia, ou antes, à espera de respirar ar puro. A seu tempo. Mais ácido, mais fresco, mas também carregado pelo tempo. Um vinho terapêutico: bom para matar vermes que nascem nas sardinhas congeladas. Um bom vinho, mas no hipermercado já só ficou uma por comprar: andam a vender restos de coleção.
O Monte Velho foi mais uma surpresa. Depois de ter sido lançado há uns 30 anos, como uma lufada de ar fresco no mercado dos vinhos populares de qualidade, já passou por fases menos boas. Mas, nos últimos anos, tem produzido vinhos bastante aceitáveis e até competitivos com vinhos de produções mais reduzidas e de pretensa qualidade, ou de qualidade por demonstrar. Este 2008 tinha um sabor forte a geleia de amora. Uma geleia forte, sem açúcar, de amora evaporada em lume brando. Quase um licor. Bela pomada.
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