Antes de ontem, antes do jantar, saí para ir à minha loja preferida comprar uma garrafa de vinho: estava fechada.
“Não há vinho, bebe-se água”, pensei e dei meia volta. Foi quando ouvi dizer: “Já está fechada. Isso fecha cedo.” Voltei-me e eram dois grandes amigalhaços de há muitos anos.
Perguntei-lhes: “Onde é que se compra um bom vinho, aqui perto”. Disseram-me em uníssono: “O melhor vinho do mundo? É aqui, na tasca do Matias. A gente leva-te lá.” Voltaram para trás e levaram-me com eles.
Uns 50 m depois, estávamos na tasca do Matias: uma taberna tradicional com pipas de madeira e tudo. Eu já lhes tinha dito que aquilo não era bem o que eu pretendia (o que eu queria era um Ferrugento 1999, ou algo semelhante). Pediram um copo da pipa para eu provar e lá tive que beber aquilo. O sabor não era mau de todo, mas o vinho era quase transparente, mais nos bordos do que ao centro (descontando o rotacional(1)). Quase que até se via a marca do martelo. Disse ao gajo (o Matias): “Não é mau de todo, mas arranha um bocadinho.” Parecia o RAP a arranjar uma desculpa esfarrapada qualquer. O gajo achou estranho: “É a primeira pessoa que me diz isso. Ainda ontem saíram 6 barris para a Holanda”…
Consegui sair da tasca sem trazer uma garrafa. Fui jantar e agradeci às alminhas pela água da torneira no meu copo!
(1) Carnide, a Wikipedia precisa de alguém que escreva sobre o Rotacional. Tu és o autor mais indicado para isso. Eu gosto imenso do rotacional, mas preciso de uma reciclagem.
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