Chornal premonitório. Em 2009 escrevemos o seguinte sobre o curso de juízes: “Até o gajo que conseguiu o 14 a copiar se torna, por via do referido curso, um arrependido honesto até ao fim dos seus dias e um cidadão zelador da lei.” Chornal sempre à frente.
Acesso antecipado ao enunciado do exame. O sonho de qualquer cábula. O pesadelo de qualquer professor. De qualquer escola. Uma possibilidade a considerar. Esperemos que não seja esse o caso.
Dizem-nos que foi apenas um episódio lamentável. Que os vigilantes dos exames não fizeram o seu trabalho com o zelo devido. Mas aparentemente existiam várias salas. Portanto, todos os vigilantes, nas diversas salas, não fizeram o seu trabalho com o zelo devido. Um episódio lamentável ou uma cultura organizacional lamentável? Não sabemos.
Os responsáveis e os merdia descobriram agora que o acesso a uma profissão de julgador deve exigir honestidade. E que se um juíz faz batota no exame, não lhe faltarão no futuro outras oportunidades para fazer batota. Oportunidades que, se aproveitadas, podem ser muito rentáveis. Os responsáveis e os merdia acabaram de fazer uma descoberta espantosa: a de que é importante que o juíz seja de confiança.
P.S.: Vão repetir os exames? Fazes batota, então repetes o exame. Boa. Mas repetes porquê? Porque és um jovem insconsciente. Então não és juíz. Não precisamos de juízes desses. Mas vamos tê-los. São os juízes que temos.
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