o que faz falta (I)

A notícia diz que o governo vai criar mais um nível na função pública, acima dos existentes, para que os funcionários que já estão no nível mais alto possam subir mais uma vez. Ora, após os discursos de contenção, do não temos dinheiro, de vários anos sem aumento, folgamos em saber que o governo está disposto a abrir os cordões à bolsa (do contribuinte) para que aqueles que mais ganham na função pública possam vir a ganhar mais.

Alegra-nos bastante esta novidade, sobretudo quando os que menos ganham, também na função pública, vão continuar sem aumentos. Somos o país da europa com mais diferenças salariais. Somos um país que gosta de diferenças salariais.

Qualquer desculpa parece ser uma boa desculpa para aumentar essas diferenças salariais. A cada momento surge uma oportunidade para justificar o aumento das diferenças salariais como requisito necessário à competitividade. E, no entanto, as diferenças salariais que já temos, que são as maiores da europa, nunca foram capazes de nos retirar da cauda do desenvolvimento europeu. Será que não ocorre a ninguém que foram essas diferenças que nos colocaram lá?


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