Acho piada a esta coisa das comemorações e da apologia de certas personagens menores da nossa história. Principalmente quando, do que me lembro dos meus estudos de liceu, a monarquia pós – D. João IV (o Restaurador) era dada um bocado aos saltos e com grandes lacunas.
Do restauro passava-se mais ou menos levementos pelo resto da história elogiando o Sebastião José (o Reconstrutor) ministro do primeiro (e único) José, aterrando no inacreditavel sexto João (o Autor Do Pior Tratado De Que Existe Memória), nas invasões francesas e na consequente independencia do Brasil (O quarto Pedrito – o Inteligente Desta História?- e primeiro do Brasil descobriu a marosca – e se calhar outras coisas…). Depois falamos do Carlos Fernando Luís Maria Victor Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis José Simão de Bragança Sabóia Bourbon e Saxe-Coburgo-Gota – Ufa, (o Desportista De Peso) porque foi barbaramente assassinado, e porque foi enxovalhado (e com razão embora a culpa fosse geracional) pelos ingleses, e finalmente, do segundo Manuel (ou O Que Fechou a Porta).
Vem a républica com o discurso do maior coleccionador de azulejos de igreja do país na praça do Município, o ditador Sidónio (De que também iremos tratar da comemoração do assassínio e eleição como o Maior Português de Sempre), do Carmona (uma espécie de João Baptista) e, finalmente, do Salvador (Aquele que veio à terra para nos salvar dos pecados e que hoje está sentado à direita do Pai – Jesus desconfiou da cadeira…).
Apesar de toda a mistificação à volta da nossa história até ao Restaurador (dizem as más linguas que alguns espanhóis nos prestaram melhor serviço que a “nossa” realeza), dos “novos mundos ao mundo”, como é possível termos tido uma classe dirigente sempre, salvo algumas excepções, se portou de forma tão mediocre e displicente relativamente ao povo e país(es) que geriu e governou? Enfim, ainda vai sobrando alguma liberdade de expressão…
Se Thomas Hobbes tivesse vivido neste país teria feito um acto de contrição e rasgado o Leviatã…
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