Fui à Grande Loja do Deserto com o intuito de descobrir em que raio de disco é que estavam as novas remisturas de um antigo álbum do David. Acabei por descobrir que foram colocadas numa nova edição do antigo CD. Ora eu já tenho o disco em vinil e a primeira edição do CD e, portanto, não me apeteceu comprar a nova edição. Já paguei os direitos de autor daquelas músicas duas vezes. Puta que pariu as editoras discográficas: vou tentar sacar as remixes da Net@.
Levava também na ideia trazer um livro de fotografias de mulheres nuas: umas gajas bonitas e bem fotografadas. A caminho dos escaparates, encontrei a edição gigante de “La Ballade de la Mer Salée”. Há muitos anos atrás, tive este livro, em francês, na edição mais curta, a preto e branco, mas ofereci-o a uma namorada em Braga. Acho que ela nunca lhe deu a importância que ele merece e eu perdi um livro daqueles que não se devem perder. Entretanto, comprei a edição portuguesa, colorida a aguarelas, sem o impacto e a força do preto e branco. A edição gigante tem um prefácio de Gianni Brunoro, que começa por apresentar a definição de “obra clássica” de Jorge Luís Borges: uma obra que diversas gerações frequentam com o mesmo prazer, por razões diversas.
Meti os dois livros debaixo do braço – a balada e as gajas – e fui para a caixa. Escolhi a caixeira a dedo e coloquei os livros no balcão, com o livro das gajas por cima. Não só por perversidade, mas também porque a balada tinha o dobro do tamanho e do peso. A miúda olhou para os livros – o grande e o da gaja nua na contracapa – e exclamou: “Que livro tão grande!”. Daí até eu sair da loja, babou-se toda e só fez disparates e disse coisas sem nexo. Eu acho que todas as mulheres gostam de ser fotografadas nuas. As que dizem que não são hipócritas, e àquela só lhe faltou verbalizar a pedir-me.
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