Estava em Grândola e apeteceu-me mandar uma carta para a família. Não sabendo onde compar selos, perguntei a um GNR dali. O polícia, simpático disse-me o seguinte:
“Se o amigo estiver com urgência vá a Alcácer do Sal, se não tem ali a merceria do Ti Jaquim”
Disse obrigado e pensei “Alcácer fica a 22 Km, vou à loja do Ti Jaquim”. E assim fiz.
Entrei e disse “Boas tardes” e respondeu-me uma voz de trás do balcão, com um forte sotaque alentejano “Santas tardes”.
Aproximei-me e pedi-lhe:
“Ti Jaquim. Queria mandar uma carta e preciso de um selo.” E o Ti Jaquim respondeu-me:
“Concerteza, mas primeiro vai-me fazer a fineza de me dizer se o envelope é grande ou pequeno”
“Mas para quê, Ti Jaquim?”
“Oh home! Se o envelope for grande não lhe posso dar um selito pequeno que mal se vê. E se for pequeno não lhe posso dar um grande que tape tudo”
“É normal”, disse
“Agora vomeçê vai-me dizer se a carta é de amor ou de negócios”
“Mas porquê, Ti Jaquim?”
“Oh home! Se a carta é de negócios, não lhe vou dar um selo com corações e se for uma carta de amor não lhe vou dar um selo com notas de banco”
“É para a família”. Estava a começar a perceber o polícia…
“Agora vomeçê vai-me dizer qual a cor do envelope”
“Oh Ti Jaquim! Francamente! Só quero um selo para mandar a carta á família. Para quê tanta complicação!”
“Oh home! Tenha calma! Preciso de saber a cor do envelope porque se for verde, não lhe vou dar um selo encarnado e se for encarnado não lhe posso dar um selo verde”
“É branco” respondi derrotado.
“Agora vomeçê…..”
Nisto entra um homem afobado com um azulejo mão e com uma sanita puxada por uma corda
“Oh Ti Jaquim!” – disse ele interrompendo tudo e todos – “Está aqui um azulejo da casa de banho, está aqui a sanita, onte já lhe mostrei o c*! Venda-me o papel higiénico, porra!”
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