Apologiazinha

Era uma vez um menininho nascido numa aldeiazinha lá prós lados de Bijeu. De seu nome Antonio (Toninho  para seus paizinhos), desde sempre mostrou uma tendenciazinha p’ra ser poupadinho.

Seus paizinhos, por amor ao seu Toninho, contaram e pouparam todos os tostoezinhos para que o seu queridinho pudesse vir a ser alguém na vida. E Toninho, em paga, e pelo que ouvi dizer, nunca mais pôs os seus pezinhos na aldeiazinha onde viviam os seus paizinhos pobrezinhos.

Depois de formadinho em Direito e assumido anti-republicanozinho, vem o nosso Toninho para Lisboa a pedido de uns amiguinhos, que entretanto tinham “democraticamente” tomado o poder a tiro, para por ordem na casa. Vem logo ao de cima a sua costelazinha de poupadinho, acabando de vez com as dí­vidas mas transformando definitivamente o país e o seu povo num país(zinho) habitado por um povinho.

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O sucessozinho subiu-lhe à cabecinha e logo tratou de o aplicar a toda sociedade(zinha). O povinho passou a ser pobrezinho mas honradinho e cultivou-se o ignorantezinho (de acordo com a máxima “A ignorância é a melhor política”).

Os tubarõezinhos magrinhos viram no Toninho um moçinho covencido de que os monopólios é que eram bons, e como lhes interessava que existisse apenas de uma concorrenciazinha para poderem ficar mais gordinhos à custa do orçamentozinho apoiaram e aplaudiram a introdução do corporativismozinho (que ainda existe mais – ANF – ou menos – certas e determinadas ordens – encapotado) e do condicionamento industrial, através dos quais, e via o estado novinho em folha, se controlava a actividadezinha económica (uma especie de nacionalização à moda fascistinha).

Para que o povinho não levantasse muito cabelo depois da guerra congelaram-se as rendas das casinhas lixando o mercadinho do arrendamento (que rapidamente passou a zinho) e o património das cidades até aos dias de hoje.

Entretanto tinha a PIDE(zinha) e a Mocidade(zinha) Portuguesa para impor a mal ou a bem a doutrinazinha.

Ora este senhor, que sempre usou, dizem, as mesmas botinhas, a mesma mantinha para aquecer as perninhas e a mesma cadeirinha para ler o jornalinho (se calhar lia sempre o mesmo) serviu de exemplo de mediocridadezinha ao povinho que governava. Dizem as línguas mázinhas que a única vez que teve desejos de rebuçados espanhóis, pediu ao amigo Franco para os trazer de Badajoz (Entretanto os tubarõezinhos, já anafadinhos, pavoneavam-se por aí).

Como o desenvolvimento era zinho em lugar de uma ponte sobre o Tejo teve que se construir antes uma pontezinha, beneficiando com isso uns amiguinhos que tinham (ou adquiriram) una terrenozinhos na margem Sul, (Julgavam q’uera só a Ota não?) e mais uma cambada de construtorzinhos e especuladorzinhos imobiliários.

Como sofria de miopia(zinha) mental não percebeu que isto de impérios já era e para manter o imperiozinho lá tivemos uma (ou mais?) guerra(s) nas nossas futuras ex-colónias (Como o Mário é que fechou a porta a culpa foi dele…) hipotecando todas as gerações vindouras. Um mago(zinho).

Morreu, dizem, ao cair da cadeirinha, já podre, durante as suas feriazinhas nesse forte distante de S. Julião da Barra.

O facto de 33 anos depois da revolução ainda existir quem ache que o homenzinho foi um génio(zinho) mostra indícios claros de que a miopia mental é uma doença perigosa e transmissível geneticamente. Ou então do gostam é dum paizinho que lhes dê porrada.


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Comentários

Um comentário a “Apologiazinha”

  1. Avatar de alex
    alex

    Vivó senhô Baltazar.
    Vivó 25 de Abril.
    Obrigava-o a engolir
    Um quil(inho) de trotil.

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