Baixas frequências, altas tensões e Cancro

Estou curioso de saber o que acontece à pressão osmótica quando o sistema está polarizado por um campo eléctrico muito intenso.

A pressão osmótica tem a ver com a distribuição de Maxwell-Bolltzman dos iões  da  substância (Sal, NaCl, por exemplo) no líquido. Grosso modo, o diferencial da estatistica dos choques dos iões Na e Cl nas faces da membrana está na origem do aparecimento de um diferencial de pressão entre as faces da membrana, a pressão osmótica.
Agora, se a distribuição for alterada pela acção de um campo eléctrico, como é que a pressão osmótica vai variar?

Os fenómenos osmóticos de transporte intercelular/intracelular são muito importantes para o metabolismo. Como é que eles se alteram no seio de um campo eléctrico? Com que consequências?

Se tivermos culturas puras de um microrganismo em placas de petri, e submetermos algumas delas a campos intensos, como se altera o padrão de crescimento da cultura?

Num organismo pluricelular, que distúrbios metabólicos serão induzidos? Que consequências para quem (con)vive com uma linha de alta tensão por perto?

Enfim, como sempre, é mais fácil fazer as perguntas do que encontrar as respostas…


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Comentários

6 comentários a “Baixas frequências, altas tensões e Cancro”

  1. Avatar de alex

    Pois…
    Então e os intensos campos electromagnéticos das antenas GSM? Tanto as das estações como as que colocas a toda a hora junto à cabeça?
    Há um prédio no Pragal, onde moram dois casais meus amigos, que tem uma antena de GSM no telhado. Nos últimos 8 anos, uma das miúdas teve 3 abortos expontâneos e a outra teve 2.
    Isso responde à tua pergunta?
    Curiosamente, ambas acabaram por conseguir ter filhos e ambas estão fora neste momento: uma em Madrid e a outra em Moçambique.

  2. Avatar de alex

    Aqui há uns 5 ou 6 anos atrás, juntou-se um grupo de biólogos conhecidos – entre eles, a nossa colega Clara Pinto Correia e o marido – em Harvard, para discutir essas questões.
    Uma das hipóteses aventadas na discussão foi a de que o ambiente electromagnético em que vivemos actualmente é, provavelmente, responsável pela proliferação de uma série de doenças recentes, tanto bacterianas como virais , nomeadamente a SIDA. Essas entidades (vírus e bactérias) encontram, nestes novos ambientes, um meio propício ao desenvolvimento e à mutação. Evoluem mais depressa, nesses ambientes, que os hospedeiros (ou seja nós) e tiram partido disso.
    Não sei se a discussão se resumiu a apresentar apenas hipóteses de trabalho futuro, ou se apresentava já dados provados, mas de qualquer forma as tuas preocupações não são novidade.

  3. Avatar de carnide
    carnide

    Tenho mesmo de procurar na literatura o que e’ que existe em termos de estudos sobre a interacção entre a pressão osmótica e o gradiente de potencial.

  4. Avatar de carnide
    carnide

    Ja’ encontrei. Um autêntico manancial….

  5. Avatar de Kainite
    Kainite

    “ambiente electromagnético em que vivemos actualmente é, provavelmente, responsável pela proliferação de uma série de doenças recentes” a SIDA… agora pergunto, onde é que há ambiente electromagnético em africa, continente onde se presume que deu origem e onde 8 em cada 10 habitantes (números atirados ao ar é possível que seja menor) estão contaminados? 😀

  6. Avatar de alex

    Kainite, várias respostas:
    – Em África há quem seja imune à SIDA, ou seja, em algumas pessoas ou nalgumas populações, o vírus existe e não causa a morte;
    – Em África, é provável que o vírus tenha tido um foco de propagação devido à vacinação massiva, nos anos 60-70, sem troca nem desinfecção de seringas;
    – O que disseste não invalida que o ambiente de desenvolvimento do vírus possa ser enaltecido por campos electromagnéticos artificiais.

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