1975. O Verão estava quente. A D. Amélia apareceu de repente à porta do governante. Vinha esbaforida.
“Ó Senhor Dótor! Senhor Dótor! Deus nos ajude! Ai Senhor Dótor!!”
O governante imbuído do espírito da época logo respondeu “Dona Amélia componha-se! Deixe lá Deus q’uesse aqui não dita mais nada! Já bastou o Cerejeira! E deixe lá o Doutor! Agora somos todo camaradas!”
“Mas Sô… Perdão, camarada Sôtor!”
“Vá lá! Diga lá o que se passa”, o governante desesperava.
“Ai Sôtor! ‘tamos lisos sôtor! Lisos!!”
“Sim realmente ganhamos pouco mas estamos em tempos revolucionários. Isto vai melhorar. Não ouviu o Camarada Primeiro Ministro?”, respondeu o governante já agastado. Era sempre a mesma merda. Chegavam a dia quinze e já não havia dinheiro na carteira.
“Não Sôtor, perdão camarada, (“Melhor!” pensou o governante) o que se passa é que falei como Antunes da Tesouraria e o banco está nas últimas. O país não tem dinheiro!!”. O governante abriu a boca, ficou branco, chamou o Antunes (perdão o camarada Antunes).
“Os fachos estavam falidos chefe, perdão, camarada”. Disse o Antunes. O governante consultou uns livros dum autor alemão muito em voga na altura, respirou fundo e ditou a ordem.
Dictus Vulgaris: “Os cabrões dos comunistas nacionalizaram tudo e foderam a economia.”
2008. Estava o mercado estava muito bem a funcionar, a funcionar, quando o sistema de supervisão detecta por mero acaso a seguinte conversa: “Fanny, isto é uma bomba” – Alarme no Centro de Supervisão – “’tou sem dinheiro! Empresta-me algum?”
“Lamento Freddie mas gastei os últimos tostões para comprar tabaco. Já mandei um sms ao George para ver e’ele m’orienta algum ou uma solução qualquer.”
O George consultou (secretamente) uns livros dum autor alemão meio esquecido, respirou fundo, mandou vir meia dúzia de sapos (vivos) e ordenou (ou alguém por ele) a intervenção do estado. Verão quente nos EUA.
Dictus Futurus:”George W. Bush, o Salvador, nacionaliza e tenta salvar a economia, Os capitalistas aplaudem. George é o maior”
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