Almoçageme faz-me lembrar o Fim do Verão. Passei lá alguns fins de Verão há muitos anos atrás. Para alimentar a nostalgia causada pelas primeiras chuvadas da época, decidi seguir o conselho do nick e beber um vinho da região de Almoçageme, ou melhor, das Azenhas do Mar: o Colares Chitas tinto velho Reserva 2000.
A garrafa é o pior erro de marketing da história do século XXI. Parece uma garrafa de capilé, com as suas medalhas em dourado, todas da década de 30 e anteriores, do século passado, e em concursos que parecem de brincar: Panamá-Pacífico, RIo de Janeiro e Sevilha. Nas costas menciona um outro título mais recente (1980) em Ljubljana.
O interior da garrafa espanta pelo contraste relativamente ao rótulo. É um vinho muito líquido, sem corpo, e, quando se abana a garrafa, parece uma zurrapa de água corada vendida numa feira de ciganos. No entanto, é um vinho especial, feito quase exclusivamente de uma casta especial: a casta Ramisco. A cor é um carmim acastanhado, o sabor é acre mas cortado pelo tempo de envelhecimento em garrafa q.b. Tem apenas 11% de álcool e por isso sabe a uvas e não a OHs. É um vinho especial, um vinho independente, um vinho a beber mais vezes.
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