extremismo-central

(ou radicalismo do centro, radicalismo-central, centro-radical)

Um ministro da Agricultura incompatibilizou-se com as associações todas do sector. A umas acusa de ser de extrema-esquerda, a outras de ser de extrema-direita. Só ele não é de extrema-esquerda nem de extrema-direita. Estranhamente, o homem parece até estar mais distante de ambas do que elas umas das outras. Tem-se ali um triângulo exósceles do qual ele é o vértice mais distante. Quer dizer, o ministro é um extremista. Mas será então um novo tipo de extremista, um extremista do centro.

Habituámo-nos à ideia de que o centro era composto por gente civilizada. O território dos macacões incivilizados, da direita e da esquerda, eram os extremos. Eram dos extremos os gajos que faziam discursos inflamados, de mudança radical, agressivos, violentos. Eram dos extremos os gajos com quem quem era impossível negociar, com quem era impossível falar. Eram dos extremos os gajos que punham bombas, faziam assaltos, sequestros e acções terroristas.

Eis senão que deparamos com um novo fenómeno. O centro político é dominado por discursos inflamados, agressivos, violentos. O seu objectivo é a mudança radical. O terrorismo de estado afirma-se em todas as suas vertentes tendo como suporte político os partidos do centro. Como não podia deixar de ser, os partidos dos extremos apelam à calma…

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tsf