juízes corruptos 2

Chornal premonitório. Em 2009 escrevemos o seguinte sobre o curso de juízes: “Até o gajo que conseguiu o 14 a copiar se torna, por via do referido curso, um arrependido honesto até ao fim dos seus dias e um cidadão zelador da lei.” Chornal sempre à frente.

Acesso antecipado ao enunciado do exame. O sonho de qualquer cábula. O pesadelo de qualquer professor. De qualquer escola. Uma possibilidade a considerar. Esperemos que não seja esse o caso.

Dizem-nos que foi apenas um episódio lamentável. Que os vigilantes dos exames não fizeram o seu trabalho com o zelo devido. Mas aparentemente existiam várias salas. Portanto, todos os vigilantes, nas diversas salas, não fizeram o seu trabalho com o zelo devido. Um episódio lamentável ou uma cultura organizacional lamentável? Não sabemos.

Os responsáveis e os merdia descobriram agora que o acesso a uma profissão de julgador deve exigir honestidade. E que se um juíz faz batota no exame, não lhe faltarão no futuro outras oportunidades para fazer batota. Oportunidades que, se aproveitadas, podem ser muito rentáveis. Os responsáveis e os merdia acabaram de fazer uma descoberta espantosa: a de que é importante que o juíz seja de confiança.

P.S.: Vão repetir os exames? Fazes batota, então repetes o exame. Boa. Mas repetes porquê? Porque és um jovem insconsciente. Então não és juíz. Não precisamos de juízes desses. Mas vamos tê-los. São os juízes que temos.


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Comentários

Um comentário a “juízes corruptos 2”

  1. Avatar de alex

    Têm que os aceitar porque são os únicos ou, pelo menos, os mais “qualificados”… Ou pelo menos, os que copiaram melhor para conseguir chegar até este exame.

    Os outros, os honestos, aqueles que não copiaram nos exames anteriores, os melhores e mais honestos, foram ficando pelo caminho, foram chumbando nos exames anteriores e não chegaram ao exame final.

    Não queremos juízes destes. Não queremos juízes desonestos. Não queremos juízes que na próxima oportunidade voltem a ser desonestos. E há imensas oportunidades para ser desonesto na profissão de juiz. Todas as decisões que não exijam a presença das partes do processo são oportunidades para manifestar esta vontade de desonestidade e ser recompensado por isso. É o caso da Relação. Imaginem estes “juízes” a trabalhar nos Tribunais da Relação. Vão-se encher de dinheiro.

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