Os piolhos são uma praga terrível: é uma comichão insuportável do couro cabeludo às orelhas; dos cueiros à ponta dos pés.
O prédio todo estava atacado de piolhos, dos donos aos cães. Nós já nem saíamos de casa: as pizzas eram entregues via Internet, mas o queijo vem pixelizado e o pimento chega com uma cor marada: nem com o Photoshop o conseguia salvar! Náááá… estas modernices não são para mim.
Decidimos, então, sair para ir comer uma refeição decente, e foi nessa altura que tudo aconteceu: a miúda mais pequena foi mordida por um piolho.
Os piolhos têm um ciclo de vida interessante. Nascem nas orelhas dos cães, escorrem-lhes pelo nariz quando estão constipados e caem na tigela da água. Passam para as mãos dos donos quando estes lavam a tigela e depois para o cabelo quando se penteiam. Estão documentadas duas formas de quebrar o ciclo, a saber: adicionar ácido acetilsalicílico à água do cão, ou deixar de se pentear. Mas deixemo-nos de elaborações científicas complexas.
No dia em que essa praga se abateu sobre a nossa família, decidimos ir à Barbearia Cortez rapar o cabelo à escovinha. Embora não venha nos canhenhos científicos como uma das formas de eliminar a praga, tudo aponta para que o corte completo do cabelo afaste os parasitas estaladiços do nosso couro cabeludo.
Fica o registo na nossa excursão à sala de exterminação dos insectos de asas curtas.
(foto by myself)
Escusado será dizer que, enquanto eles rapavam o cabelo, eu e a minha filha mais nova fomos mamar cerveja para a tasca da esquina. Descobri que os piolhos também não sobrevivem a um sangue com uma graduação superior 12º, ou seja, mais ou menos 30 imperiais de penalty.
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