Os serviços secretos passam a ter espiões nos serviços do estado. Disfarçados de funcionários públicos e outros [1][2][3][4]. Mais uma lei do sr. sousa. Os espiões serão colocados nos serviços do estado para vigiar os restantes cidadãos. Nomeadamente os detentores de cargos públicos. A desculpa é o combate à corrupção.
Na prática, teremos os pides por aí. No meio de nós. Disfarçados de amigos e a tentar tirar nabos da púcara. Uma das poucas coisas que nos faltava. O sr. sousa não quer que nos falte nada. É um combate à corrupção por agentes que dependem funcionalmente dos políticos, ou dos seus amigos. Os tais que estão em posição de poder ser corruptos. Sim, o SIS (segurança interna) e o SIED (segurança-externa) dependem ambos do primeiro-ministro [2]. É um combate à corrupção engraçado.
Como sabemos, não há memória de algum político ter sido julgado por um crime de corrupção detectado pelos nossos agentes secretos. Os serviços secretos nunca investigaram corrupção de políticos. Então se não é para investigar os responsáveis políticos, só pode ser para investigar os outros. Que bom saber se alguém anda a investigar o Freeport. Que bom saber se alguém anda a investigar o BPN. Que bom saber se algum jornalista faz perguntas sobre o BPP. Que bom saber se alguém anda a recolher informação sobre o BCP. Que bom saber se algum responsável tem opiniões desfavoráveis ao negócio com a Liscont. Assim todos podem dormir mais descansados.
Existe em tudo isto um pressuposto. De que a sociedade policial serve contra os ladrões. O pressuposto de que os ladrões não se apropriam do estado. Fazendo uso em proveito próprio do aparelho policial que criam. Com pressupostos desses não vamos longe.
facts are never what they seem to be
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