Longe vão os tempos em que da direita para a esquerda toda a gente percebia onde se arrumavam os partidos. Ou, ao menos, pensava que percebia. Noutros tempos, nomes como nacional, democrata-cristão, social-democrata, socialista, comunista e revolucionário indicavam uma posição reclamada num espectro ordenado da direita para a esquerda. Hoje nem isso.
Em países diferentes, usavam-se os mesmos nomes. Uma estandardização confortável. Que nos ajudava a compreender até o que se passava noutros lugares. Na europa, por exemplo. Uma estandardização que ajudava a compreender a política europeia. Ajudava até a ser europeu.
Hoje, por essa europa fora, cada vez é mais difícil a vida do eleitor. Cada vez lhe é mais difícil descortinar a verdadeira natureza dos partidos. Existem eleitores que pretendem votar num partido conservador e votam nos paneleiros. Existem eleitores que pretendem votar no partido dos paneleiros e votam na extrema-esquerda. Existem eleitores que pretendem votar na extrema-esquerda e votam na esquerda moderada. Existem eleitores que pretendem votar na esquerda moderada e votam na extrema-direita. Existem eleitores que pretendem votar na extrema-direita e votam em delinquentes. Existem eleitores que pretendem votar em partidos ou pessoas e votam em bancos ou organizações mafiosas mais ou menos estruturadas.
P.S.: Enfim, o eleitor também não se pode queixar muito. Só não vê quem não quer. Na maioria das vezes é “gato escondido com rabo de fora”.
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