Mais um anormal. Meteu-se no taxi e desatou a falar da gripe. A gripe para aqui. A gripe para acolá. Pró caralho com a gripe. Quem acredita na gripe, acredita em tudo. Enfiei-lhe um barrete do caralho. Fiz o gajo dar duas voltas a lisboa por uma viagem que era de duas voltas ao quarteirão. Paga, cabrão, que é o que está no taxímetro. No fim ainda agradeceu. Eh!eh!
Esqueceu-se dum dossier no banco. Mas não o leva porque não gostei da cara do gajo. Cada um tem o que merece. Filho da puta era mesmo maluco pela gripe. Ganda tarado. Vejam só um dos documentos que estava no dossier:
Memorandum interno
Os estudos preliminares indicam a viabilidade financeira da comercialização de seguros de vida a quem tenha gripe A. Pela módica quantia de 50 euros, podemos garantir a quem venha a morrer de gripe A uma quantia de 50.000 euros, o equivalente a 10.000 contos em moeda antiga.
Em termos de comunicação, é possível apostar nas seguintes USP: “Protegê-los nos primeiros seis meses…”, “Seja responsável, cuide dos seus…”, “Cuidar dos que ficam…”. Recomenda-se uma perspectiva positiva na formulação da USP e um cuidado especial na comunicação dada a sensibilidade do público e dos media face a este assunto.
O estudo actuarial que suporta esta decisão parece suficientemente robusto. Embora não existam dados para a mortalidade da gripe em pleno inverno europeu, os mesmos dados já se encontram disponíveis para os países afectados do hemisfério sul. É necessário ter algum cuidado na formulação do contrato, para evitar que outras causas de óbito sejam confundidas com gripe A. Tudo indica, no entanto, que esta é uma oportunidade a não perder.
Assinaturas irreconhecíveis
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