O BE tem uma oportunidade de sucesso. Há muitos anos era percebido como um partido da extrema-esquerda e como o partido dos paneleiros. Ultrapassou essa fase. E cresceu também por isso. O Louçã evoluíu muito ao longo dos anos. Abdicou de uma postura agressiva que lhe dava um ar radical. O Louçã que o público vê hoje é uma reinvenção do próprio. Uma reinvenção genial. Umas das raras reinvenções de imagem pública de um político na nossa praça. Plenamente conseguida. O homem não é parvo.
A segurança do Louçã nas matérias económicas dá-lhe uma vantagem brutal. Os seus adversários estão fragilizados. O sr. sousa não tem competência económica para o afrontar num frente-a-frente. Não lhe chega aos calcanhares. A srª leite está fragilizada por um historial de conivências de pessoas do PSD. Conivências com negócios e manobras que prejudicaram brutalmente o estado, o contribuinte e a economia nacional.
O que deve então fazer o sr. Louçã? Não muito. Até a agressividade de que abdicou lhe pode ser agora útil. Face à crise, os eleitores também não se revêem numa postura totalmente civilizada e pacífica.
Que cuidados deve ter? Centrar-se no essencial. A economia. É o seu ponto forte. É o ponto fraco dos outros. É o que interessa ao eleitorado. Evitar distracções. Abdicar de assuntos sobre os quais tem opinião. E centrar-se nos assuntos em que a sua opinião é mais valorizada pelo eleitorado. Cuidado com os debates com formatos pré-definidos por jornalistas manhosos. Apostar 100% na economia. E nas implicações sociais da política económica.
P.S.: O Louça prounciou-se sobre o isaltino. Não disse nada. Disse que até o julgamento terminar o isaltino pode concorrer às eleições. O correio da manhã traduziu, à sua maneira, as palavras do louçã: “louçã apoia isaltino”. O Louçã tem dois motivos para evitar dispersar-se. Primeiro, não dizer disparates. Segundo, e mais importante, evitar que lhe ponham disparates na boca.
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