Um fenómeno nacional. Existem outras formas de delinquência rodoviária. Mas Portugal é um case study. Temos um fenómeno único. A homossexualidade rodoviária. Peritos internacionais encontram-se em Portugal para estudar o fenómeno nas nossas autoestradas.
Os resultados provisórios apontam que uma minoria de condutores adora conduzir no cú do da frente. Aquele meio metro entre os dois carros é muito importante para eles, dizia alguém. Vão sempre atrás daquele meio metro. Não o podem deixar fugir. É a homossexualidade recalcada ali à flor da pele.
Do ponto de vista do condutor que persegue o da frente, não é assim. Vê-se como um ganda homem. É uma visão tradicional da homossexualidade. Há umas décadas atrás só eram classificados como paneleiros os que levavam no cú. Os que iam ao cú dos outros não eram vistos como paneleiros. Eram até uns grandas homens.
O condutor que vai colado ao da frente vê-se como um campeão. Para ele, o outro é que é paneleiro. E é homem para lhe gritar isso mesmo. Sai daí ó paneleiro. Ganda paneleiro. Os carros viajam a centos e muitos quilómetros por hora, quase unidos. Por vezes, é uma união de facto.
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