O ministério público acusa os administradores do BCP de terem recebido indevidamente 24,3 milhões de euros nos anos de 2001 a 2004. Pronto, já tem com que se entreter e já dá para encher os media. E chega para dar aquela imagem de que se vai fazer alguma justiça. Chega porque o pessoal não é muito exigente.
No mesmo período, de 2001 a 2004, os administradores do BCP receberam 291 milhões de euros. Uma quantia dez vezes superior àquela que preocupa o Ministério Público. Mas essa é uma quantia legal. De uma obscena legalidade.
Com esse dinheiro podiam ter contratado o CR. Podiam ter contratado Kaka. Se calhar foi o que fizeram. Se calhar contrataram Kaka. É que 290 milhões chegam para comprar o Cristiano, o Messi, o Eto, o Henry, o Ibrahimovic e o Kaka. Todos juntos.
Duzentos milhões de euros é o dinheiro que o governo se propunha poupar com as alterações nas reformas dos funcionários públicos. Em 4 anos. Os administradores do BCP receberam mais do que isso. Em 4 anos. É uma obscena legalidade. É uma desproporção total. Daquelas em que alguém se arrisca a levar com um espectáculo de pirotecnia nos cornos.
Hoje é notícia que o ex-presidente do BCP continua a voar de Falcon à conta do banco. Ou seja, na nossa opinião, à conta do contribuinte. E que tem 40 seguranças. À conta do mesmo contribuinte que alimenta o BCP. Quarenta! Certamente mais do que o presidente da república. Quarenta seguranças é um número formidável. Um número mais próprio de um chefe da camorra do que de um gestor do que quer que seja. (dn, tvi)
P.S.: Hoje também é notícia que os partidos devem 8 milhões de euros à banca. Mais uma obscena legalidade. São partidos que vão para o governo. E que vão regulamentar, fiscalizar e subsidiar a banca. Uma relação que dá todas as garantias. Sem dúvida. O mundo dá muitas voltas.
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